Elaine M. Gibson
Às vezes os pais dizem as coisas mais absurdas. A maioria de nós já foi culpada de fazer ameaças vazias e oferecer opções falsas. Ameaças Vazias Fazer ameaças que não podem ser cumpridas é pior do que inútil. Uma criança enrola de manhã e a mãe, já atrasada, ameaça: “Se você não anda logo, vou deixá-lo aqui!” Se isto for realmente uma possibilidade (a criança tem idade suficiente para ficar sozinha, ou outro adulto ficará com ela), a afirmação é uma promessa e não uma ameaça. “Se não come o espinafre, nunca mais vai comer nesta casa!” “Se não arruma os brinquedos, vou dá-los a outra criança que os arrume!” “Se não pára de pôr a cabeça para fora do carro, vamos deixá-lo no próximo posto de gasolina!” Pais que fazem ameaças vazias nunca conseguem os resultados que querem. As crianças aprendem muito rapidamente a não acreditar em ameaças vazias. Na melhor das hipóteses, ameaças só convencem os nossos filhos de que estamos nos sentindo incapazes. Crianças detestam ameaças e ficam zangadas com elas, mas logo percebem a verdade. Um pai ou uma mãe que faz essas afirmações perdeu o controle e as crianças ganharam! Ameaças vazias são perda de controle. Quando um pai ou uma mãe faz uma ameaça absurda, a criança pode desafiar a ameaça e provar quem está no controle. Ainda que ele ou ela recorram à força física para fazer a criança obedecer, esta venceu. Um pai ou uma mãe sensato não faz ameaças que não possa cumprir. Lembrese que uma promessa é diferente. Os resultados são prometidos, a criança tem opção e o pai ou a mãe age. As crianças podem não acreditar no que dizemos, mas acreditam em tudo o que fazemos. Opções Falsas Outro fora comum é oferecer opções quando elas não existem. Queremos que os nossos filhos façam algo e achamos que em vez de darmos uma ordem vamos perguntar-lhes educadamente se querem fazer algo. Essa é uma boa maneira de agir se a resposta da criança, positiva ou negativa, for aceitável. O problema acontece quando precisamos de uma determinada resposta. “Vamos tomar banho? ... ‘Não’ o quê?” “Vamos para casa agora? ... Vai ter que vir, mesmo que não queira!” “Quer sair comigo? ... ‘Mais tarde’ o quê? Tenho que ir agora e você não pode ficar sozinha.” “O que gostaria de vestir para a festa de aniversário? ... Eu não acho que um maiô em inverno seja apropriado. ... Não importa que seja o que você quer usar!” Os pais podem apresentar opções aos filhos, mas só opções aceitáveis. As crianças precisam da experiência de tomar decisões, mas se não houver alternativas aceitáveis, os pais nunca devem dar a impressão de que há. Por exemplo: “Hora do banho! Quer tomar um banho de espuma?” “Estamos saindo em cinco minutos.” (Crianças precisam de um tempo de transição) “Quer usar o seu vestido vermelho ou o macacão amarelo para a festa?” “Em 10 minutos vou apagar a luz.” Observação: Se tiverem opção, crianças criativas vão pensar numa terceira ou quarta alternativa. Um pai ou uma mãe sensato vai considerar as alternativas e permitir à criança esse privilégio sempre que possível. Às vezes ceder tem a sua vez. Negociar é um talento que todas as crianças precisam aprender e o melhor lugar onde aprender é em casa. Lembre-se de ter cuidado com o que diz, pois os seus filhos estão escutando para ver se pegam erros. Nada de ameaças vazias nem de opções falsas.
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