- Com Amor...Jesus Todos os pais, de uma maneira ou outra, em algum momento, sentem-se inadequados para a sua missão. Faz parte do amor paternal e maternal querer o melhor para os filhos, mesmo que para isso seja necessário se doar além dos limites naturais. Mas não cometa o erro de muitos pais que acham que têm que carregar esse peso sozinhos, pois você logo se esgotará. Deve aprender a dividir a carga Comigo. Se não puder fazer pelos seus filhos tudo que gostaria todos os dias, faça o que puder e confie a Mim o restante. O mais importante que poderá lhes dar é o amor, tanto o seu, quanto o Meu. Faça isso e terá filhos felizes, bem ajustados e obterá êxito no seu trabalho como pai ou mãe. E, para ter esse amor, precisará passar tempo Comigo e ler a Minha palavra, com uma atitude de oração e de reflexão. Tenho toda a força, a paz, a fé, o amor e as respostas que precisa. Amo seus filhos e sei exatamente o que precisam. Quero atender as suas necessidades para que, juntos, possamos atender as deles. E, para isso, repito, você precisa passar tempo Comigo. Quando parecer impossível parar para ter um momento de comunhão Comigo, é justamente quando você deve fazê-lo. Deite-se em Meus braços e descanse. Coloque os seus fardos sobre Mim, pois Minhas costas são largas e Meus braços fortes o bastante para levar qualquer carga. Dedique tempo para estar comigo diariamente e Eu responderei suas orações pelos seus filhos. Farei de você o pai que quer ser, ajudando-o nos aspectos em que se sente incapaz. E, por último mas não menos importante, os seus filhos verão uma nova luz em seu rosto, pois o seu semblante refletirá o Meu Espírito. Originalmente publicado na revista Contato.
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Carolyn Kitch, Reader’s Digest
Quando a criança ainda têm menos de 11 anos de idade, tende a contar aos pais tudo o que se passa pela sua cabeça. Na verdade, diz Michael Riera, autor de Senso a mais para pais de adolescentes, os pais são os primeiros na lista dos filhos. “Mas isso muda completamente na adolescência”, explica Riera. “Eles conversam com amigos primeiro, depois talvez seus professores ou conselheiros e, por último, com seus pais.” Os pais que sabem o que se passa na vida de seus filhos são os que mais podem ajudá-los. Num estudo de três anos com mais de 20 mil adolescentes, Laurence Steinberg, professor de Psicologia na Universidade Temple, na Filadélfia, e autor de Você e seu adolescente, descobriu que existia menos probabilidade de terem dificuldades com o dever de casa ou de se envolverem com drogas ou bebidas alcoólicas os adolescentes que compartilhavam detalhes da sua vida cotidiana com os pais. Seguem-se sete passos para pais que querem quebrar o muro do silêncio: 1. Crie um ambiente propício à comunicação. “Não é natural os adolescentes quererem sentar para conversar”, disse o Dr. Candace Erickson, pediatra especializado em comportamento e desenvolvimento, no Centro Médico Columbia-Presbyterian, na cidade de Nova Iorque. “Você tem que fazer com que pareça natural.” Uma das melhores maneiras de conseguir isso é reservando regularmente um tempo para passar com seu adolescente. Nancy Pistorius, de Lawrence, Kansas, diz que isso faz a diferença no seu relacionamento com a filha Alyssa, de 13 anos. “Às vezes nós duas vamos almoçar fora ou vamos ao cinema.” O jantar é uma oportunidade importante — embora muitas vezes ignorada — para se passar tempo em família. Segundo o instituto Families and Work (famílias e trabalho), uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, quase um de cada cinco adolescente raramente ou nunca janta com os pais. “Parece simples demais, mas de acordo com os milhares de jovens com quem trabalhei nos últimos 26 anos, realmente faz uma diferença”, diz Nancy Rubin, professora em Marin, na Califórnia, e autora de Ask Me If I Care: Voices from an American High School (Pergunte se eu me importo: vozes de uma escola secundária americana). “Só o fato dos pais se interessarem pelo que dizem cada noite no jantar já os faz sentir que são respeitados.” 2. Aprenda a arte da conversa paralela. As melhores discussões com adolescentes tendem a ocorrer quando estão tendo o que Ron Taffel, psicoterapeuta em Nova Iorque e autor de Parenting by the Heart, chama de “conversa paralela”. É quando estão fazendo algo juntos, lado a lado, e você enfatiza mais a atividade do que o que está dizendo, e não se olham diretamente nos olhos. Esse tipo de ambiente sem confronto mantém os pais, bem como os jovens, à vontade. “Acontece principalmente com o pai”, diz o psicólogo Philip Osborne, autor de Parenting for the ’90s (Criar filhos na década de 90). “A maioria dos pais evita o que consideram um ‘conflito’, embora raramente estejam cientes disso.” 3. Seja um consultor, não um gerente. “Adolescentes recuam quando seus pais lhes dão conselhos, até bons conselhos”, diz o autor Riera. “Eles não precisam de um gerente, mas sim de um consultor. Pense no que um consultor faz: em vez de entrar com tudo e sugerir uma mudança, escuta cuidadosamente e o ajuda a ver as diferentes opções.” É muito importante não se apressar a dar conselhos quando o seu adolescente cometeu um erro. “Ele não quer saber o quanto errou, muito menos como sair de uma enrascada”, diz Elizabeth Ellis, psicóloga de Atlanta e autora de Raising a Responsible Child. “Você precisa ajudá-lo a entender avaliar a situação. Muitas vezes, ficará impressionado com as saídas que o seu adolescente encontrará.” 4. Mostrem uma frente unida. Toda a criança provavelmente já tentou usar um pai contra o outro em alguma ocasião, usando a conhecida: “Mas o papai disse que eu podia ir!” Adolescentes, porém, são ainda mais propensos a tentar isso caso vejam os pais discutindo sobre seja o que for. “A regra simples é a seguinte: não discutam na frente das crianças”, diz Thomas Phelan, psicólogo clínico em Glen Ellyn, Illinois, e autor de Surviving Your Adolescents (Como sobreviver aos seus adolescentes). É claro que falar é uma coisa, mas fazer é que são elas. Às vezes eles ouvem uma briga. “Se ouvirem”, aconselha Phelan, “certifiquem-se de resolver a briga na frente deles, indicando assim que a crise terminou e vocês se apóiam”. 5. Dê privacidade aos seus filhos. “Os adolescentes precisam sentir que seus pais não controlam completamente suas vidas”, diz Rubin. “O quarto deles é particularmente importante.” 6. Escreva. Vários peritos aconselham os pais a escreverem o que não conseguem dizer pessoalmente aos seus adolescentes, ou o que os jovens se recusam a ouvir. “Quando você escreve algo, tem mais peso”, diz Michael Popkin, terapeuta familiar cujo programa “Ser ativo com seus adolescentes” é usado por escolas e grupos de pais. “As pessoas acreditam que algo é mais ‘verdadeiro’ se puderem ler aquilo repetidamente.” 7. Aceite o que receber. “Quando você não recebe muita informação — que é o caso na adolescência — deveria tratar qualquer coisa que o seu filho compartilhar com você como um presente”, diz o autor Riera. Adele Faber se lembra de um incidente com a sua filha, agora já adulta. “Um dia, quando Joana tinha 16 anos, ela voltou para casa super chateada. Estava chorando mas não dizia por quê. Simplesmente me sentei com ela no sofá e a abracei. Depois de um tempo ela parou de chorar, me olhou e disse: ‘Obrigada, mãe’, e foi para o quarto dela.” Adele nunca descobriu qual era o problema. “Percebi que, naquele dia, ela não precisava de perguntas mas sim de consolo, e permitira que eu a ajudasse desta maneira.” Anos depois, quando as duas conversavam sobre o incidente, Joana nem se lembrava do que a chateara naquele dia. “Mas se lembrava que eu estava ao lado dela”, disse Faber. E, para a sua filha, foi o que mais importou. Misty Kay Cheguei em casa por volta das oito horas naquela noite de verão. Quando estacionei o carro, em vez de Daniel, meu marido, uma vizinha veio me cumprimentar. — Você se encontrou com Daniel no hospital? — perguntou. — Não. Era para eu encontrá-lo? — Você não soube? Essas são as palavras que toda mãe teme ouvir. Imediatamente pensei em Chalsey, minha filha de oito anos. Na nossa família, é ela quem mais tem tendência a ter acidentes. — Chalsey foi picada por uma cobra venenosa! Daniel a levou às pressas ao hospital faz uma hora. Meu coração gelou. Já havíamos matado cobras venenosas em nosso quintal e sabíamos como eram perigosas. Uma picada poderia matar uma criança. Depois eu soube que Chalsey estava catando insetos para alimentar seu bichinho de estimação, uma iguana, e tinha levantado uma pequena tábua de madeira na lateral da casa para procurar os insetos. Daniel foi correndo ao seu encontro quando a ouviu gritar de dor, e então descobriu o que tinha acontecido, matou a cobra, e a levou com eles ao hospital para que os médicos pudessem saber como tratar a picada. Entrei às pressas no carro e fui ao hospital, que ficava a uns 15 minutos de casa. Foram provavelmente os 15 minutos mais demorados da minha vida. Um milhão de perguntas passaram pela minha cabeça. Será que a Chalsey sentia muita dor? Estaria consciente — ou sequer viva? Como isso póde acontecer? Orei do fundo do meu coração de mãe. Agora era só entre eu e Deus. Minhas mãos tremiam no volante e eu clamava a Ele por misericórdia e pela cura da minha filhinha. Enquanto dirigia em alta velocidade pela via expressa, meu coração se conectou ao dEle. Fui lembrada da história da Bíblia sobre a mulher sunamita cujo filho, seu único, havia morrido repentinamente (2 Reis 4:8-37). Ela o pós na cama do profeta Eliseu e foi procurá-lo. Quando o encontrou, ele perguntou, “Vai bem contigo? Vai bem com teu filho?” e ela respondeu, “Vai bem.” Como ela podia dizer, “Vai bem”? A criança obviamente não estava bem. Mas sua fé era forte. Deus lhe havia dado a criança atendendo às orações do profeta, embora fosse estéril. Ela acreditava que Deus era capaz de devolver a vida ao seu filho, e por causa dessa fé, ele foi ressuscitado e totalmente curado. A mensagem era clara. Deus queria que eu confiasse nEle, acreditasse que Ele já havia ouvido as minhas orações, e começasse a agradecer-Lhe. Foram momentos muito emotivos para mim. Das lágrimas de súplicas desesperadas, passei por lágrimas de rendição que lavaram minha alma e finalmente a lágrimas fervorosas de louvor e gratidão ao meu Deus amoroso. Ele faria o que fosse melhor. Em voz alta, eu disse numa afirmação de fé: “A criança vai bem.” Quando cheguei ao hospital, fiquei bastante aliviada ao ver Chalsey desperta e conversando. Sua mão estava inchada, seus dedos tinham uma coloração roxa e esverdeada, mas o inchaço não havia passado da mão. A cobra que a picara era jovem, e o médico explicou que essas podem ser as mais perigosas, pois ainda não sabem controlar o veneno. Podem dar doses ainda maiores que uma cobra adulta, ou podem dar doses pequenas. Quanto a Chalsey tinha recebido? Só o tempo diria. O médico explicou que se o inchaço passasse do pulso, seriam necessárias medidas mais drásticas. Observamos por horas a sua mão ficar cada vez mais inchada e seus dedos mudarem de cor. Ela se sentia mal e chorava de dor. Ligamos para amigos e familiares para orarem conosco por ela. Clamamos que o veneno não se espalhasse mais. Eu cantei com Chalsey e citei versículos da Bíblia para ela. Para nosso alívio e alegria, o inchaço parou no seu pulso. Foi uma maravilhosa resposta às nossas orações! Pela manhã ela voltara a sorrir, e com o tempo o inchaço e a descoloração foram sumindo. Chalsey é uma criança bastante forte. Não importa o que aconteça, ela logo se recupera. (Ela também adora exibir suas cicatrizes.) Tenho sentido uma paz interior desde a minha volta do hospital na noite da picada. Enfrentei os meus temores. Minha fé foi provada, expandida e fortalecida. Copyright © A Família Internacional. Usado com permissão. Jessica Roberts Em plena aula de Matemática, um dos meus alunos do segundo ano fez a seguinte declaração: “Não existe Deus!” Considerando que estávamos em uma escola cristã e que o garoto, Martin, era filho de um pastor, fiquei intrigada e lhe perguntei o que o levara àquela conclusão. “Meu pai diz que existem Deus, Jesus e o Espírito Santo, mas também que há apenas um Deus. Não faz sentido.” O que fazer? Com certeza, Martin não foi o primeiro a se deparar com o mesmo problema ao refletir na Santa Trindade, mas, naquele momento, eu preferia continuar com a explicação sobre multiplicação. — Martin, agora estamos na aula de Matemática. Podemos falar disso em outra hora? — Mas é um problema de Matemática —argumentou. Três não é igual a um! Que pai ou professor não se viu em uma sinuca de bico como essa? As crianças às vezes fazem perguntas nada fáceis de responder. Aprendi que em casos assim, é melhor pedir sabedoria a Deus, porque aquilo que eu talvez interprete como arrogância ou insolência da criança pode ser, na verdade, a curiosidade que Deus lhe deu e propiciar uma excelente oportunidade de ensinar. Senti que meus conhecimentos teológicos não estavam lá tão frescos na memória para explicar o conceito da Trindade ao Martin e aos outros alunos da sala. … Recreio! Salva pelo gongo! Por dez minutos, enquanto as crianças brincavam, orei. E a resposta veio. Foi um tanto simplista e provavelmente nada parecida com a que daria Santo Agostinho ou outros pensadores cristãos, mas foi a que eu tinha para os alunos quando voltaram para a sala. E funcionou. “A Bíblia chama Jesus de ‘A rosa de Sarom” —expliquei. “Deus é como a raiz da roseira. Ele fica escondido, mas é de onde a rosa surgiu e cresceu. Jesus é como a rosa que nasceu desse arbusto. Ele é a parte que aparece do amor de Deus, para que possamos ‘vê-lo’ e senti-lo. O Espírito Santo é como a seiva da roseira que corre pelo seu caule e pelos ramos, para mantê-la viva. São três elementos, mas a mesma planta. Entendem?” Acredito que Martin terá perguntas ainda mais difíceis no futuro e, claro, eu mesma tenho inúmeros questionamentos. Felizmente, Deus sempre responde quando Lhe perguntamos com sinceridade. Suas respostas podem ser simples e diretas como a que deu para Martin, mais complexas ou Ele pode nos dar a paz para aceitar o que ainda não conseguimos entender. Publicado originalmente na revista Contato. Usado com permissão.
Jessica Roberts
Há anos trabalho com crianças e sempre me impressiono com a paixão que têm pela vida, como adoram aprender e como são perseverantes. Sim, perseverança. Pode parecer um pensamento novo, já que as crianças (especialmente as mais jovens) tipicamente têm dificuldade de se concentrarem por muito tempo, o que pode ser atestado por qualquer mãe que já tentou fazer seu filho de dois anos ficar sentado até o fim de uma refeição. Entretanto, há momentos na vida de cada criança em que o desejo inato de se desenvolver a leva a aprender uma habilidade, como apanhar um objeto pequeno com seus dedinhos roliços, engatinhar ou caminhar. Esses aprendizados requerem grande concentração, esforço da parte da criança e muito tempo, comparado ao pouco tempo que ela já viveu. Também exigem bastante fisicamente dos músculos que recém começaram a aprender a coordenação e mal têm força para sustentar o peso da própria criança. Recentemente, quando me mudei para este país, passei por um período difícil de adaptação. Meus amigos e colegas de trabalho de onde eu me encontrava anteriormente tinham se tornado como minha família. Doeu deixá-los e senti falta das “minhas” crianças — os filhos de meus colegas com os quais trabalhava. Tentei me dedicar a novos aspectos do nosso trabalho voluntário, mas senti que não fazia nenhum deles bem. Em um determinado momento, por exemplo, envolvi-me em uma campanha para arrecadar brinquedos e livros para crianças carentes, mas como o início foi fraco, desanimei e tive vontade de desistir. Rafael, o bebê de uma colega, fazia algum tempo tentava engatinhar. A cena se repetia havia semanas: apoiava-se nos braços trêmulos e conseguia ficar de quatro, mas não saía do lugar. Sobre as mãos e os joelhos rechonchudos, o garoto se balançava para frente e para trás, mas não avançava. Ele não conseguia se deslocar para chegar mais perto de um brinquedo que estivesse poucos centímetros fora de seu alcance, por mais que se embalasse de quatro ou se remexesse apoiado na barriga. Quando muito, conseguia empurrar-se para trás, o que o deixava ainda mais longe de sua meta. Certo dia, quando eu cuidava dele, depois de dar tudo de si em vão para andar de gatinhas, olhou para mim com uma expressão de quem estava frustrado e que dizia “Pegue-me no colo”. Eu podia me identificar com suas dificuldades, pois me sentia igualmente frustrada com a minha situação, mas sabia que todo aquele esforço estava fortalecendo seus músculos e lhe ensinando sobre seu corpo. Então eu o peguei, abracei-o, procurei animá-lo um pouco, mas o recoloquei no chão. Ele tinha de aprender a engatinhar por si próprio; eu não podia fazer isso por ele. Com o tempo, ele se tornaria mais forte e pegaria o jeito. De repente, percebi a grande semelhança entre mim e aquela criança. Eu estava tentando aprender algumas habilidades, esforçava-me para dominar o idioma e entender a cultura deste país, e minha reação natural tinha sido olhar para Jesus e dizer: “Pegue-me no colo e me salve de tudo isso!” Mas Ele sabia que aquele tempo de aprendizado, por mais difícil que fosse, me fortaleceria. Por isso, embora Seu amor estivesse sempre presente para me animar, eu deveria me esforçar e perseverar. Aquilo me deu uma nova perspectiva da minha situação. Se aquela criança era capaz de perseverar, eu também seria! E quando ficasse cansada de tentar ou frustrada com a aparente inutilidade dos meus esforços, buscaria em Jesus o amor, o ânimo e força para continuar a aprender as lições que a vida me trouxesse. Rafael agora engatinha todo feliz para lá e para cá e está começando a tentar ficar de pé. Também estou dando meus primeiros passos no aprendizado de certas habilidades e expandindo meus horizontes. Sei que, logo, ambos estaremos de pé e correndo, se simplesmente continuarmos tentando.
Extraído da revista Contato. Usado com permissão.
Joyce Suttin
Eu tinha oito anos de idade e estava aprendendo a ser diligente com as poucas tarefas que me tinham sido designadas. Crescer em uma fazenda de ovelhas perto de Pleasant Hill, no estado de Nova Iorque, fazia com que sempre tivéssemos muitas responsabilidades para dividirmos entre nós quatro crianças. Como era a caçula, estava acostumada a conseguir o que queria—os trabalhos mais fáceis—mas o meu irmão e irmã mais velhos estavam mais ocupados na fazenda naqueles dias, então mais responsabilidade havia recaído sobre mim. Eu me sentia muito “crescida” sempre que meu pai me pedia para fazer algo novo. Queria mostrar como era responsável. Havia sido uma primavera especialmente fria, e os cordeiros tinham começado a nascer em meio a uma feroz tempestade de neve. Papai reuniu os recém-nascidos e trouxe os mais frágeis para a cozinha, onde dormiam em caixas de papelão ao redor do fogão à lenha. Aconchegados no feno, eles sobreviveram às primeiras noites. Papai acordava cedo para alimentá-los com o leite de suas mães posto em mamadeiras. Eu ajudei prontamente durante os primeiros dias. Eu adorava sentir a primeira lã cinza carvão das ovelhas, macia e quentinha. Adorava os seus berrinhos, e maneira como sugavam a mamadeira em minha mão. Adorava me sentir crescida e útil. Papai estava satisfeito. Ele estava aprendendo a contar com a minha ajuda para alimentar as ovelhas mesmo sem precisar ser lembrada. Ele viu o meu desejo de aprender, e o tomou como um sinal de que eu estava saindo da pequena infáncia. Eu estava me tornando uma criança, ao invés de ser o bebê da família. À medida que os cordeiros ficaram mais fortes e o clima se tornou um pouco mais brando, papai os devolveu um a um ao estábulo, para ficarem com suas mães. Eles estavam todos bem — exceto um. A mãe desse cordeiro havia morrido durante a tempestade, e papai precisava encontrar uma mãe adotiva para ele. Mas antes o cordeiro precisava ser fortalecido. As suas pernas fracas e cambaleantes mal o suportavam. Ele voltava a cair no feno sempre que papai o colocava de pé. Ele precisava de mais tempo na casa, e de ser mais alimentado por mamadeira antes de conseguir suportar a temperatura mais fria do estábulo, ou ser aceito por outra mãe. Papai saiu para trabalhar às 6 da manhã, e deixou instruções para eu alimentar o cordeiro antes de sair para a escola, mas eu tinha ficado acordada até mais tarde na noite anterior, lendo, e mal tive tempo de me vestir e sair correndo para apanhar o ónibus da escola. Foi durante a aula de matemática, às dez da manhã, que me lembrei do cordeiro. Após a escola, corri para casa e encontrei papai varrendo ao redor do fogão à lenha. Ele me olhou e perguntou, “Joyce, você se lembrou de alimentar o cordeiro esta manhã?” Hesitei antes de responder, abaixei a cabeça, e disse, “Não, papai. Sinto muito. Eu me esqueci.” “Bem, querida,” ele disse suavemente, “Eu também sinto muito, mas ele morreu.” Tinha lágrimas nos olhos ao dizer novamente, “Papai, eu sinto tanto!” Ele me segurou pelos ombros gentilmente e disse, “Esse cordeiro se foi, e arrependimento não o trará de volta. Haverão outros cordeiros, outras chances de fazer a coisa certa, mas sabe de uma coisa, sentir muito nem sempre conserta a situação. Quando negligenciamos uma responsabilidade, quando esquecemos de fazer algo importante, às vezes só temos aquela chance. Podemos estar arrependidos, mas isso não trará o cordeiro de volta.” Foi uma lição difícil para uma menina de oito anos, e nunca me esqueci daquele sentimento. Ele me ensinou a ter cuidado com as coisas, que o arrependimento não pode consertar na vida, especialmente as que terão um impacto na felicidade e bem-estar dos outros. Uma palavra dura e desamorosa nunca poderá ser devolvida à sua boca. Um momento egoísta e impensado nunca poderá ser vivenciado de outra forma. Uma palavra gentil que deveria ter sido dita pode ser dita mais tarde, mas nunca naquele momento perfeito, quando deveria ter tido o melhor efeito. Só podemos viver o dia de hoje uma vez, e temos apenas uma chance para fazê-lo da maneira certa. Nunca seremos perfeitos, mas se nos lembrarmos continuamente da nossa responsabilidade em relação aos outros, e tentarmos fazer a coisa amorosa a cada oportunidade, teremos menos ocasiões em que “sentir muito não conserta a situação.” © A Família Internacional Eudora Seyfer, The Christian Science Monitor
Eu me lembro de quando descobri o poder de um poema. Três dos meus quatro filhos estavam na maior pancadaria, brigando por causa de um caminhãozinho. O menorzinho estava no canto chorando. Já era o finalzinho da tarde, estava chovendo, teríamos visitas para o jantar e eu já não agüentava mais. Fiz todas as ameaças possíveis e imagináveis, tentei todo o tipo de suborno, implorei, mas nada adiantou. Como último recurso, peguei um livro e me joguei no sofá. O livro continha o poema de Eugene Field que eu planejava ler para os meninos um dia. Comecei a ler e fiquei surpresa ao ver a “batalha” acalmar e os garotos, um por um, se juntarem a mim no sofá. De repente, tudo estava quieto e só se ouvia o som da minha voz. Desde então, para mim, um poema tornou-se o remédio infalível para qualquer situação complicada. As crianças adoram. As pessoas hoje em dia dedicam pouco tempo a expressar apreço por alguma coisa, muito menos por um pôr-do-sol, uma nuvem ou uma árvore. Poemas, no entanto, ainda entoam louvores, acalmam seus filhos, tranqüilizam seu dia e amansam a sua vida. Os poemas têm um poder incrível. Peter Story
Hoje ouvi o demo de uma música. Já ouvi muitos antes, mas esse me parecia excepcionalmente cru. Tentei não transparecer a minha irritação. Antes de apertar o play, meu amigo me avisara que era um demo, mesmo assim não estava preparado para aquilo. Eu torcia para ele não reparar no incómodo que me causara. Depois de alguns instantes de angústia silenciosa, Jesus conseguiu falar comigo. É apenas um demo, foram Suas palavras na minha mente. Eu sei, respondi, mesmo assim é difícil de ouvir. Você precisa ouvir como um músico a ouviria — como ela será um dia, não como está neste momento. É uma abordagem interessante. Claro, e é a melhor das abordagens. Na verdade, é a que uso ao observá-lo. Ai! Está bem, vou tentar. Fiquei surpreso ao constatar que funcionou imediatamente. Quando procurava ouvir além dos ruídos de fundo, da falta de ritmo e das notas desafinadas, a canção era muito boa. Descobri que a melodia era linda e reconfortante, e se encaixava perfeitamente na letra. O produto final me parecia promissor, e disse isso ao meu amigo. Na vida, as pessoas erram; dizem ou fazem coisas da maneira errada, e às vezes repetem os erros gerando resultados catastróficos. Mas é só por sermos hoje “demos” muito crus nas mãos de Deus. Há muito em cada um de nós que Ele ainda precisa consertar, e vai levar tempo. Quando conseguimos ver nossos filhos por essa ótica e tentamos vê-las, não como são hoje, mas como serão um dia, todos saem ganhando. Eles passam a ter espaço para serem menos que perfeitas, aprenderem dos seus erros e acertos, e, assim, conseguirem crescer. Amor — O Catalisador O amor não é cego; tem um olho espiritual a mais que vê o bem e as possibilidades que outras pessoas não conseguem ver. - David Brandt Berg Se tratar um homem como se já fosse aquilo que tem potencial para ser, fará dele o que deveria ser. - Johann Wolfgang von Goethe Todos têm qualidades. Identifique nos outros coisas específicas pelas quais pode elogiá-los sinceramente, e seja generoso em seu louvor. Se não conseguir encontrar nada, olhe mais a fundo. Peça a Deus que lhe mostre as qualidades da pessoa. Elas certamente existem, e Ele vê coisas dignas de louvor e de amor em todos. Quanto mais difícil for encontrar algo especial em alguém, mais gratificante será para ambos. Se conseguir encontrar nem que seja um pequeno traço de ouro, ele o levará a um grande filão. Seus filhos se abrirão com você, e você descobrirá coisas maravilhosas sobre elas. - Shannon Shayler |
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