Joyce Suttin
Bo era nosso labrador amarelo que simplesmente adorava nadar em nossa piscina. Nela, ele se comportava como um rei em seu domínio. Certo dia, meu filho estava praticando novos estilos de nado e começou a boiar como se estivesse morto. Bo entendeu que o rapaz estava em perigo e se atirou na água para resgatá-lo. Instintivamente, empurrou a cabeça de meu filho para cima e a segurou com as patas, para tentar lhe salvar a vida. O menino mal conseguia respirar, lutando para manter o cachorro à distância, mas o resultado foi que inspirou água e ficou cheio de arranhões. Enquanto Bo se sacudia fora da piscina e me molhava toda, elogiei-o pelo seu zelo e cuidado. Eu sabia que ele havia atrapalhado mais do que ajudado, mas tive de ter compaixão, pois podia me identificar perfeitamente com a situação, já que muitas vezes produzi os mesmos resultados em minhas interações com os outros. Outro dia, eu conversava com alguém sobre seu relacionamento com seu filho adolescente e lhe ofereci meu conselho. Após quarenta e tantos anos sendo mãe, avó e ensinando a adolescentes, meu sábio conselho foi simples: “Não leve para o lado pessoal.” É difícil não ficar chateada, com raiva ou ofendida quando sente que está sendo desafiada, sem falar de todas as vezes em que você deixou de fazer um monte de coisas para escutar aos seus filhos e atender às suas necessidades. É difícil quando se chega ao ponto em que só resta vigiar e orar, pois já disse e fez tudo que tinha de ser dito e feito. Agora deve dar um passo atrás e deixá-los tentar. Não importa se na primeira tentativa de um novo mergulho ele der barrigada, ou se o “novo estilo” parecer algo estranho no início. Só não vá se jogar na piscina como o Bo fez e tentar resgatá-lo prematuramente. Só observe, espere e fique atenta, caso eles peçam socorro. E ore. No fim das contas, a oração e o amor incondicional são o que de fato fazem a diferença. Quando pedirem ajuda, não pegue no pé deles por todas as vezes que não o fizeram. Se baterem à sua porta, não diga que está ocupada demais. Seja um lugar de estabilidade em um mundo instável e sempre comunique positividade. Então, guarde como um tesouro esse momento em que os envolve com seus braços e lhes devolve a fé para saltar novamente na piscina.
Foto e artigo cortesia da revista Contato.
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Será que eles ouviriam a angústia na sua voz? Será que reconheceriam tudo que ela passou? Ou será que eles na sua dor iriam vociferar e censurá-la?
A história de Peggy tem um final feliz. Seus pais escutaram. Ouviram; sentiram. E a sua reação mostrou que eles compreendiam os seus sentimentos e a aceitaram. Para Peggy isso significou o começo de uma nova vida. Os pais de Peggy não só deram uma nova vontade de viver à sua filha, mas também concentraram a atenção nas oportunidades futuras em vez de nos erros passados dela. Eles foram compreensivos e escutaram - ou seja, escutaram com a pessoa, não só a pessoa ou sobre ela. Ao ser compreensivo e escutar resiste-se à tentação de julgar ou dar conselhos. Ser compreensivo e escutar ajuda a pessoa a esclarecer e comunicar o que sente. Cria um clima de compreensão, evita grandemente que as pessoas fiquem na defensiva, e abre o caminho para mudanças positivas de comportamento. "Eu quero compreender você" Compreender e escutar não é um talento fácil de conseguir. Requer prática. Significa adquirir uma certa destreza verbal. Mais importante ainda, começa com uma atitude de interesse pela pessoa. Quando os pais são compreensivos e escutam, demonstram que querem realmente saber o que os filhos têm a dizer. Não significa necessariamente que concordam com eles. Em vez disso, é uma atitude em que os pais dizem: "Eu quero compreender tudinho - e quero que você saiba que eu compreendo - o que você diz antes de responder". Logo que o pai, ou a mãe, compreende a mensagem, tem a opção de concordar ou discordar. A eficiência do nosso aparelho auditivo talvez nos meta ou nos tire de uma encrenca, mas não estamos falando de ouvir. Escutar é diferente. Escutar é como compreendemos e reagimos ao que ouvimos. Por meio de uma pesquisa extensiva, a companhia Xerox descobriu que a maioria das pessoas de uma maneira geral funciona num nível de eficiência de apenas 25% no que se refere a escutar. Se níveis semelhantemente baixos de atenção forem típicos nas relações familiares, então pode-se associar muitas crises à má percepção do que alguém disse. Geralmente quando os nossos filhos vêm falar conosco nós respondemos com alguma mensagem verbal ou não verbal, mas freqüentemente as mensagens que enviamos não obtêm os resultados que desejamos. Como resultado de sua experiência com cursos de formação para pais, um pesquisador descobriu que mais de 90% das reações de pais para com os seus filhos encaixam em alguma das doze categorias improdutivas: 1. Interrogar 2. Julgar 3. Dar sermões 4. Mandar ou dar ordens 5. Avisar 6. Rotular 7. Solidarizar-se 8. Sondar 9. Pregar 10. Dar recomendações 11. Concordar 12. Retrair-se Estas doze reações freqüentemente colhem resultados indesejáveis, embora sempre haja exceções para esta regra geral. Crianças, pais e situações variam, e não se pode criar um manual para tratar de todos os casos. Entretanto, muitas vezes estas reações não só ilustram o diálogo entre pais e filhos atualmente, mas também são semelhantes às respostas que os "consoladores" de Jó lhe deram há milhares de anos. 1. Interrogar: Bildade responde: "Cale-se e preste atenção, e então poderemos conversar!" (Jó 18:2). Um interrogatório desnecessariamente agressivo assim freqüentemente desencadeia pensamentos e comportamento rebeldes. 2. Julgar: Elifaz responde a Jó: "...mas sim porque cometeu muitos pecados, e as suas maldades não têm conta" (Jó 22:5). Julgamentos assim são comuns mas se os fizermos aos nossos filhos podem gerar um complexo de culpa desproporcional que pode ficar permanentemente incutido em suas personalidades. 3. Dar sermões: Mais uma vez Bildade diz a Jó: "Faça perguntas aos antigos; aprenda com a experiência dos antepassados. Deixe que os antigos falem com você e o ensinem." (Jó 8:8,10). Dar sermões faz com que o ouvinte, já relutante, se sinta inferior, inadequado ou ressentido. A síndrome de "como se fazia antigamente" ilustrada aqui destrói muito a boa comunicação de uma família. 4. Mandar ou dar ordens: Agora Sofar responde: "Por acaso quem fala muito é quem tem razão?" (Jó 11:2). Em outras palavras, "Cale a boca, você só fala besteira!" Se repetido muitas vezes, esta ordem pode destruir o respeito mútuo. 5. Avisar: Bildade avisa Jó: "A vida do perverso se acabará como a luz que se apaga, como as chamas do fogo que deixa de queimar." (Jó 18:5). Um aviso é muito freqüentemente um convite para a criança pôr à prova a convicção de seu pai ou mãe. Você está realmente falando sério? A criança logo vai descobrir. 6. Rotular: Elifaz censura Jó: "Um sábio não responde com palavras ocas. Não fica inchado com opinões que não valem nada." (Jó 15:2) ou seja, "você é um bobo". Você quer destruir rapidamente a imagem que uma criança tem de si? Comece a rotulá-la. Vale a pena perseverar É difícil trabalhar com jovens. Às vezes eles o fazem querer subir pelas paredes. Mas continue tentando chegar a eles e relacionar-se com eles. Tente ficar no nível deles e se identificar com eles. Se puder desenvolver um elo e uma conexão, poderá começar a chegar até eles e fazer progresso de verdade. Frustração é o preço que se paga quando se trabalha com jovens. É assim que as coisas são e é um simples fato da vida. O seu conhecimento e experiência são o resultado de anos de altos e baixos, de sucessos, de fracassos e de algumas situações difíceis, mas os adolescentes estão apenas começando esse processo. Ter isto em mente o ajudará a ter paciência. Também, tente não comparar esse grupo com outros adolescentes com os quais você trabalhou; algumas pessoas são lentas quanto a querer crescer e outras são mais rápidas. Você não pode se permitir ficar exageradamente frustrada com essas coisas. Deixe-os sair do molde Quando os jovens crescem, geralmente precisam de mais liberdade para tomarem suas próprias decisões sem alguém tentar encaixá-los em um molde. Algumas pessoas simplesmente não se encaixam e não irão se encaixar no molde onde você tentar colocá-los! Você tem o seu molde, tem a sua idéia de como eles deveriam ser ou agir, mas não pode esperar que os seus filhos sejam dessa forma, iguais a você, e que se conformem totalmente aos seus ideais. Você talvez tenha que começar a mudar a sua perspectiva, a forma de ver esses jovens, e começar a procurar qualidades neles e admirá-los pelos obstáculos que vêm superando apesar das pressões e dificuldades que enfrentam. Esteja disposto a colocar a mão na massa Não desista! Entre sem medo de sujar as mãos. É como jardinagem — não dá para cuidar de plantas sem estar disposto a sujar as mãos. As plantas não irão florir nem crescer se o jardineiro só estiver disposto a observá-las e aguá-las. Às vezes, as plantas precisam ser transplantadas porque as suas raízes ficam muito longas e numerosas para o vaso onde estão ou o solo em que estão precisa ser trocado porque perdeu os nutrientes ou está ficando mofado. O mesmo acontece com os jovens — eles podem precisar de atenção pessoal de alguém que não tenha medo de se envolver e ajudá-los a encontrar soluções para os seus problemas. Às vezes ficam constrangidos e não conseguem se ajudar e precisam da ajuda do jardineiro. Cuide deles como o jardineiro, atento aos sinais de alerta: folhas amareladas, manchadas ou secando; o solo ficando mofado ou plantas caindo por falta de água. Há plantas de sombra e outras que preferem o sol; há plantas que precisam de muita água e outras que mal precisam de água; há aquelas que exigem muito cuidado e têm que ser molhadas diariamente e há cactos que praticamente dispensam qualquer cuidado. A sua parte é simplesmente a de um jardineiro fiel, amoroso e cuidadoso, de olho naquelas plantas, fazendo o que puder para cuidar delas. O jardineiro aprende o seu serviço e faz o que pode para ajudá-las. E, como qualquer jardineiro, você só pode ajudar até um certo ponto, depois tem que deixar o resto nas mãos de Deus. Extraído de "Adolesciência" © Aurora Productions. Foto de Kristin via Flickr.
P: Minha adolescente diz que eu deveria simplesmente deixá-la viver a sua própria vida. Estou preocupado com a direção que sua vida parece estar tomando. Ela parece ter tão pouco autocontrole. O que posso fazer? Mantenha-se disponível e resista à tempestade Muitos jovens têm pouca força de vontade ou autocontrole, principalmente porque não vêem razão para se controlarem. Gostam de deixar tudo correr solto e não vêem motivo para agir diferente. Eles estão lutando contra inúmeros desejos, emoções, e quase que involuntariamente derramam tudo sobre si mesmos e sobre todo o mundo. Alguns jovens podem lidar com isso melhor do que outros e alguns não vêem nenhuma razão para se controlarem. Gostam de se divertir, de aproveitar a vida, de serem independentes e de fazerem o que bem entendem. Querem ser diferentes, não querem se conformar e não vêem o que há de errado em serem um pouco rebeldes e teimosos. Você terá que ajudá-los e mostrar-lhes o caminho. Terá que guiá-los, apontar-lhes a direção certa, levando-os continuamente na trilha certa. Continue fazendo a sua parte e eventualmente eles darão a volta por cima e até começarão a ver a sabedoria nas coisas que você diz, nos seus avisos e conselhos. Você só tem que agüentar a tempestade e continuar firme ajudando-os através desse período, quando eles às vezes parecem mais uma lagarta feia do que a linda borboleta em que estão se transformando. Adolescência típica A sua filha é uma adolescente bastante típica. Ela adora se divertir e levar as coisas na brincadeira. Ainda não gosta de trabalho duro, mas que adolescente gosta? São raros os que são maduros e levam a vida a sério. A maioria tem a tendência de ficar mais perto do lado oposto da balança: são frívolos, tolos, levam seus relacionamentos superficialmente e não tem autocontrole. Entretanto, lá no fundo, anseiam e sabem que precisam de liderança, instrução e conselhos, ainda que o orgulho nem lhes permita aceitá-lo tão facilmente. A sua filha sabe que precisa ser mantida no caminho estreito e apertado e que simplesmente não consegue se controlar. Ela sabe que cede muito facilmente às coisas que não deveria. * Adolescentes têm muitos medos, e saber que você está consciente de que eles estão sendo atacados com pensamentos malucos é um conforto para eles, porque assim não se sentem tão esquisitos e isolados. * Jovens podem ser exigentes demais ou irritantes de propósito, só para chamar a atenção. Tente não exagerar na reação. Concentre-se em tentar fazê-los entender a situação e porque você não pode cumprir com as suas exigências no momento. Peça-lhes pela sua tão necessária ajuda e cooperação. * Adolescentes que buscam fortes emoções gostam de preocupar os seus pais através de ações malucas. Às vezes sentem que não se encaixam, então buscam mais atenção de você ou de seus amigos. Ame-os por serem quem são e deixe bem claro que não precisam ir a extremos dramáticos para conseguir a sua atenção. Extraído de "Adolesciência" por Derek e Michelle Brookes; © Aurora Productions.
Palavras não são a única forma de comunicar o seu amor e de ganhar a confiança do seu adolescente, há várias outras maneiras. Procure contato visual. Use os seus olhos para demonstrar-lhes amor. Não lhes dê um olhar acusador ou que os magoe, ou que procura culpa ou erro. Dê-lhes olhares amorosos, compreensivos e encorajadores. Deixe-os sentir, pelo tom da sua voz, que você os ama e os compreende. Na verdade, o que conta não é o quanto se comunica com eles, mas se realmente se comunica. Tente fazer contato todos os dias, através de um olhar, de um toque, de uma palavra encorajadora, e edifique a partir daí. Dê-lhes a ajuda e o apoio que precisam. Nessa idade, eles estão muito inseguros e sentem como se estivessem sendo jogados de um lado para o outro num mar atormentado. Estão procurando o farol. Seja um braço forte. Eles podem contar com você Haverá momentos em que, para guiar e corrigir os seus adolescentes, você terá que traçar o limite e ser firme, pois depois que crescerem você terá menos influência direta sobre as suas vidas. O seu papel mudará de “pai” para amigo, não um amigo para quem “vale tudo”, mas que os ama o suficiente para ser honesto com eles; alguém com quem podem contar, que é mais um parceiro do que um juiz, alguém em quem eles podem se apoiar ao invés de evitar, esconder a sua vida ou tentar despistar. Mostre-lhes que eles realmente podem contar com você. É a sua constância nas coisas pequenas que faz de você o que eles acreditam que deve ser e que edifica a confiança deles em você. Se cometeu um erro e se irritou, se foi extremista demais com eles, se os assustou ou espantou de forma que se refugiaram em seu mundinho, vá e peça desculpas. Explique que você quer mudar e quer ser diferente. Se for humilde e admitir as suas fraquezas e necessidade por ajuda em muitas áreas também, então, ainda que os seus adolescentes não demonstrem, verão que você colocou o seu coração em jogo e confiou-lhes uma parte sensível da sua vida, e isso os encorajará. Eles precisam e querem a sua ajuda, mas sob os termos deles, na hora e do jeito que querem. É claro que, às vezes, quando estão em apuros e você vê que estão encrencados, precisa interceder. Vá diretamente a eles e explique a situação do seu ponto de vista. Alternativas de comunicação Se o seu adolescente não reagir aos seus esforços para se comunicar, talvez seja porque não consegue falar com você cara a cara, principalmente se você não controla muito bem a sua raiva ou emoções, então ele tem medo da sua reação. Nesse caso, encoraje-o a lhe escrever um bilhete ou a gravar numa fita o que pensa. Assim, você poderá “escutar” sem que ele experimente diretamente a sua reação inicial e lhes dará tempo para pensarem bem. Poderão conversar mais tarde, num estado de espírito mais calmo, ou através de um bilhete, caso prefiram. Guia ao invés de intruso Os jovens sentem-se inseguros sobre muitas coisas, então, às vezes, protegem zelosamente contra invasões o “jardim” de sua vida. Eles não têm certeza de quais são as ervas daninhas e quais são as boas plantas, mas têm certeza de que não querem você invadindo a sua vida e arrancando o quevocê acha que são ervas daninhas. Eles querem tomar essas decisões sozinhos. Pode ser que eles gostem de ter a sua liderança, mas normalmente não querem intrusão constante. Amor apesar do silêncio Um pai deveria tentar não se afastar por causa do silêncio. Continue se empenhando em falar e se comunicar com os seus adolescentes. Dê-lhes alguns sinais de afeição: um abraço, um beijo, um toque ou um tapinha nas costas. Alguma expressão de calor. Apenas deixe-os saber que você está lá, que se importa, que está tudo bem, que está ouvindo e cuidando deles. Tudo isso os ajuda a se sentirem mais seguros, mesmo que não o admitam abertamente nem reajam como se sentissem. Às vezes eles não querem reagir ou demonstrar muita fraqueza, porque sabem que atiçará em você o lado paterno e imediatamente os colocará de volta no papel de crianças. Valorize os momentos juntos Lembre-se constantemente que os seus adolescentes estão crescendo e logo seguirão seus próprios caminhos, então os momentos que passam juntos são preciosos e devem ser positivos e memoráveis, para que ao olharem para trás, possam dar valor a eles. Não briguem por assuntos sem importância, pois não vale a pena. Ainda que você ache importante discutir uma certa questão, pare! Primeiro tente demonstrar amor, mesmo no meio de uma tempestade. Amor nunca falha. Você pode estar muito zangado, mas eles provavelmente também estão preocupados e confusos. A Bíblia diz: “A resposta branda desvia o furor” (Provérbios 15:1). Isto significa que a calma nunca falha — amor nunca falha. Discussões, cobranças e ser mandão falha, mas amor nunca falha. Tente ir além da sua ira e não ser inflexível ou previsível demais nas suas reações negativas. Seja somente previsível no seu amor pelos adolescentes. Se eles tiverem certeza do seu amor, você terá uma boa base para a solução de problemas. Fique aberto, acessível e lhes dê oportunidades para falar com você. Saia de cima! Deixe-os respirar! Surpreenda os seus adolescentes fazendo mudanças; mudanças na sua vida, atitude, perspectiva, todos os tipos de diferenças interessantes. Os jovens querem ter orgulho dos seus pais, querem sentir que eles são legais, mas ainda mais importante, gostariam de receber o seu carinho, apoio e compreensão, terem alguém que está bem ali orando por eles, tomando o lado deles. — Não como um cobertor que os sufoque, mas como um guarda-chuva que os proteja. Se você é o tipo de pai que gosta de tomar o controle, que arranca o lápis e lhes mostra como fazer, então precisa aprender a deixar de lado esse desejo de administração direta da vida deles. Saia de cima! Deixe-os respirar. Eles sabem no que você acredita e, pela idade deles, com certeza você já declarou suas convicções o suficiente. Apenas aumentar o volume, gritar com eles, forçá-los, ser ríspido, crítico, negativo, e falar como se esperasse o pior é a pior coisa e produzirá os piores resultados. Eles podem simplesmente se desligar de você e parar de escutar. A vida deles é sagrada, pertence a eles, não a você. Chega um momento em que você tem que recuar um pouco e deixá-los assumir o controle. Deixe-os remar o próprio barco, aprender a dirigir o veículo de suas próprias vidas. Mas esteja lá para ajudar e incentivar a aprendizagem. Não arranque logo os controles de suas mãos, já é tarde demais, pois estão crescendo e vão logo se aventurar, quer você goste quer não. É difícil sair do papel de chefe, mas é necessário. Entretanto, não vá ao extremo oposto e fique tão passivo e desligado que eles achem que você não se importa. Recue e assuma o papel de amigo, apoiador, torcedor, fã e admirador, alguém que acredita neles, que os ama incondicionalmente mesmo quando não alcançam as próprias expectativas ou as suas. Mostre expectativas positivas É triste, mas os jovens geralmente expressam as suas expectativas negativas. É melhor tentar ter expectativas positivas e esconder a sua decepção. Expectativas positivas os colocam na direção do bem e fazem-nos ver seu erro, porque não querem decepcioná-lo ou fazer com que perca a fé neles. Por outro lado, se sentirem as suas suspeitas, acusações ou pressuposições negativas, podem ter a tendência de ir nesse caminho. (Em outras palavras, é mais fácil se comportar mal se alguém espera que você seja assim, mas é mais fácil se comportar bem se alguém acredita em você e espera que se comporte bem.) Considere os erros degraus Todos cometem erros. Pais não podem esperar que pecadores como eles tenham filhos santos. Deixe o seu adolescente saber que você também é um pecador e que tem o que aprender com os seus erros. Os jovens cometem muitos erros e se sentem mal por causa deles, então pegue leve. Tente ajudá-los a ficarem felizes pela oportunidade de aprenderem lições tão valiosas na vida. Olhem para o bem que pode ser extraído de cada situação e os ajude a fazer o mesmo. Se procurar pelo bem em tudo, inclusive neles, eles verão muito do bem em você. Deixe-os remar o próprio barco enquanto você torce por eles Tente ajudar e encorajar os seus adolescentes nas áreas que são pontos fortes em suas vidas, mas não vá longe demais. Talvez queira que eles tenham uma certa educação ou treinamento especial, que tenham o que você não teve. Mas chega uma hora de deixar as suas idéias de lado e ver o que seu adolescente quer e pode fazer. Se forçar a barra ele pode interpretar que você quer anular os interesses e direitos dele. A sua idéia pode ser o melhor para ele, pode ser a sua aptidão, mas ele gosta de sentir que ele próprio está escolhendo que talento quer desenvolver. Isso faz parte da sua alegria e desenvolvimento interior. É difícil mudar os seus adolescentes sem mudar a si mesmo. Talvez pareça que não há forma de fazer contato com eles porque o conhecem bem demais como pai e estão na defensiva a fim de se protegerem do cuidado paterno ou materno”. Mas se procurá-los como um amigo, não ficarão tão fechados. O que querem é que você se aproxime deles como alguém que os ama e se importa, que os vê como pessoas. Esse respeito, reconhecimento, apoio e compreensão são muito importantes, são alicerces que lhes dão mais segurança em sua caminhada em direção à idade adulta. Extraído de "Adolesciência" por Derek e Michelle Brookes. © Aurora Productions. Foto cortesia da revista Contato.
P: Sinto que existe algum problema, mas o meu adolescente não quer me dizer o que é. Gostaria de acreditar que ele está sendo sincero comigo. O que posso fazer para encorajá-lo a se abrir comigo e contar seus problemas? Como ajudá-lo a ver que o amor que tenho por ele é incondicional e que pode contar comigo? Aproxime-se se não quiser se afastar Ser gradativamente deixado de fora e então bloqueado da vida pessoal de alguém com quem certa vez desfrutou proximidade e comunicação pode ser difícil de suportar. É o que muitos pais sentem à medida que seus filhos crescem e mudam. Há uma separação gradual de caminhos, mas não precisa necessariamente ser uma separação dolorosa. Pais e filhos podem aprender a manter os seus caminhos unidos ao invés de deixar que se separem. Requer uma grande dose de comunicação e compreensão. É uma relação de dar e receber entre pais e adolescentes. Os pais devem continuamente atualizar a sua maneira de pensar, reavaliar seu relacionamento e tentar entender a pessoa na qual seu filho está se tornando. Ele está mudando, desenvolvendo-se e crescendo diante dos seus olhos. Acompanhar o crescimento e a transformação de um jovem pode ser um grande desafio. Não é apenas uma questão de alterações físicas e hormonais, mas há muitas outras mudanças emocionais, mentais, sociais e espirituais. Para se manterem a par do que acontece a um adolescente, os pais precisam estar constantemente reavaliando sua relação com ele, buscando novas perspectivas e novas maneiras de identificarem-se com ele, mudando as suas expectativas. Manter-se em dia com um jovem requer adaptação e é preciso mudar junto com ele. Ajuste-se ao crescimento de seu filho Seu relacionamento com seu adolescente não pode permanecer como de pai e filho. Tem que se tornar um relacionamento de pai e amigo ou entre amigos. Num certo sentido, você tem que abrir mão do seu papel de pai se quiser fazer contato e comunicar-se com seu filho. Seu jovem precisa entender que você o compreende como pessoa. Para o seu adolescente, individualidade e independência chega através do rompimento do relacionamento de pai e filho que tinham antes. Sentem que precisam sair desse molde para poderem crescer e pensarem do jeito deles. Os pais que querem manter o relacionamento pai-filho, que seus filhos lhes permaneçam sujeitos e ajam como eles querem, têm muita dificuldade em se comunicarem com as suas “crianças”, pois estão crescendo e mudando sua cabeça. Atualize sua abordagem e programas O segredo para manter a comunicação é manter-se informado do que está acontecendo na vida dos seus filhos. Esteja ciente de suas atividades. Entre no mundo deles e veja como estão se saindo. Faça com eles coisas que gostem de fazer e demonstre-lhes consideração. Continue reavaliando e aprofundando o seu relacionamento com eles, avalie-se constantemente quanto ao seu proceder e ao tempo que passa com eles, assim como à maneira que os trata e fala com eles. Ser um pai eficaz é como um programa de computador que precisa ser atualizado com freqüência para efetivamente ficar em dia com as mudanças e maiores necessidades. Os jovens fornecem desafios que sempre colocam as “últimas versões” do programa à prova. Por isso, os pais que querem se comunicar bem com seus filhos, precisam investir tempo para manterem-se informados das suas necessidades. Não podem simplesmente ficar como e onde estão. É preciso atualizar-se para ficar no nível deles. Dá trabalho e requer investimento de sua parte. Fique ligado, atento aos seus adolescentes e saiba o que está acontecendo em suas vidas. Se simplesmente não souber então pare e procure descobrir. Desenvolva uma boa comunicação Às vezes a falta de comunicação dos adolescentes é devido a algum problema ou porque não estão sendo sinceros com você. Muitas vezes, o fato de não terem muito em comum com os pais impede que os jovens se comuniquem com eles. Se pensam que têm pouco em comum, acham que vocês não vão entendê-los. Há muitas formas de desenvolver uma boa comunicação. Por exemplo, demonstre interesse pela faixa etária de seu filho. Pedir-lhe para ajudá-lo a compreender jovens nessa idade talvez auxilie a estabelecer o alicerce para uma comunicação mais pessoal e profunda. Faça perguntas sinceras e deixe o seu filho explicar por que as coisas são como são, por que as pessoas da idade dele sentem, agem, ou se vestem de uma certa maneira, ou seja lá o que for. Se os seus adolescentes virem que você está perguntando porque tem um interesse sincero em compreendê-los, se sentirão honrados por serem reconhecidos como indivíduos e por poderem ajudá-los a compreender as situações. Muitas vezes, ao lhe explicar uma certa situação, eles mesmos passam a se compreender melhor. Evite expressar opiniões muito fortes nos momentos em que estiver estabelecendo vias de comunicação. Se sentir que deve dar a sua opinião, tente fazê-lo da forma mais imparcial possível, deixando claro que a porta ainda está aberta para discussão futura. Evite julgar ou estabelecer normas durante essas ocasiões. Concentre-se em tentar compreender o seu adolescente e estabeleça a comunicação. Veja o seu adolescente como uma “pessoa” Vê-lo se abrir, demonstrando fraquezas, tentando compreender e até lhe pedindo ajuda faz o seu adolescente se sentir mais maduro e que tem um lugar especial e importante na sua vida. Jovens se sentem bem quando vêem que são considerados “pessoas”, respeitados por sua visão e entendimento, alguém a quem pode pedir ajuda e conselho. Percebem que não os vê somente como filhos, mas, acima de tudo, como amigos. Demonstrar respeito por um jovem é muito importante para estabelecer o alicerce de comunicação. Quando os seus adolescentes sentem que você os respeita, sentem também que podem confiar em você nas situações mais difíceis ou pessoais que enfrentam. Conquiste a confiança deles sendo um bom confidente Os jovens julgam como você provavelmente reagirá a eles observando a sua reação com outras pessoas e em situações ou problemas similares. Como eles o virem reagir lhes diz se é seguro ou não mencionar-lhe uma certa coisa, o que podem fazer, ou pelo menos o que não podem deixar você descobrir que estão fazendo. Os jovens gostam de saber que o que lhe dizem é considerado confidencial, ou seja, você não vai sair espalhando por aí, principalmente para as pessoas que eles não querem que saibam ou com quem não têm a mesma intimidade. Se lhes confiarem um pouco de informação pessoal, esperam que você guarde segredo. É muito importante respeitar a confiança deles em você e não repetir, sem querer, o que lhe contaram a pessoas que não precisam saber ou se envolver. Talvez para você não pareça importante, mas os jovens não vêem assim. Quando não se envolver muito Quando os jovens compartilham uma dificuldade pela qual estão passando, os pais, às vezes, querem logo assumir o controle e resolver a situação. Entretanto, normalmente não é o que os jovens querem que você faça. Se vai se meter nos assuntos deles, precisa primeiro se aconselhar com eles. Diga-lhes o que está pensando e peça sua opinião e consentimento. Jovens geralmente têm opiniões bem definidas sobre que tipo de “ajuda” e envolvimento da sua parte são necessários, e querem manter a situação dentro de certos limites. Na maioria dos casos, tudo que eles estão procurando é alguém que os escute e apóie. O seu papel é apoiar, é ser alguém com quem eles possam falar e que os ajude a direcionar os seus passos. Eles não querem necessariamente que você se envolva ativamente como fazia quando eram crianças. O seu adolescente talvez hesite em compartilhar assuntos sérios com você por terem medo que você entre com a cavalaria inteira, o que será difícil para eles impedirem, ou que não terão controle sobre a situação uma vez que o deixem a par do que está acontecendo. Não querem que você entre com tudo e os envergonhe e os exclua do que eles acham que é a vida e o assunto deles. Seja uma força reconfortante em suas vidas Você pode expressar livremente aquilo que o deixa preocupado. O importante é o momento e a apresentação. Às vezes, quando está preocupado com algo, precisa perguntar de forma direta, mas não deve demonstrar desconfiança nem acusação. Há um momento para perguntar: “Você está usando drogas?” E uma hora para ser menos direto e dizer: “Rola muita droga por aí, e sei que vão oferecer a você. As drogas dominam e arruínam a vida de muitos jovens sem eles perceberem. Espero que você diga não, mas se acontecer algo sério, conte-me. Deixe-me ajudar.” Ninguém gosta de ficar sozinho quando está em apuros, principalmente um adolescente. Adolescentes não querem perder tudo o que adquiriram em termos de crescimento por receberem ajuda demais dos pais. Vocês, como pais, têm que ser gentis quando tentam ajudá-los. Ver que os respeitam inspira respeito e confiança. A partir daí, os jovens considerarão os pais uma força reconfortante em suas vidas — amigos estáveis e uma ajuda com a qual podem contar. Extraído de "Adolesciência" por Derek e Michelle Brookes. © Aurora Productions. Foto de photostock / freedigitalphotos.net
Theresa Leclerc Na adolescência, eu achava que sabia tudo. Tinha muitas inseguranças, mas nem por isso me faltavam opiniões — e fortes! Hoje sinto pena de meus pais. Tenho certeza que não foi fácil me educar, especialmente naquela fase. Como fazem muitos jovens, afastei-me deles porque não gostava do fato de serem mais rígidos que os pais de alguns dos meus amigos. Estava convencida de que não me entendiam, e era verdade! Nenhum de meus irmãos mais velhos fora como eu. Questionava tudo e tinha grandes dificuldades para obedecer às regras. Aparentava ser uma pessoa dura, mas, no fundo, tudo que eu queria era encontrar alguém que de fato me entendesse. Um dia, participei de um evento no qual eu era a única jovem. Enquanto os adultos conversavam em pequenos grupos, permaneci sentada em um canto, observando as pessoas, até que uma mulher que estava por ali, Joy, puxou conversa comigo. Por fim, abri-me com ela e lhe confidenciei todos os meus problemas. De certa forma, eu contava que ela me pregaria um sermão, mas não aconteceu. Limitou-se a escutar, importou-se comigo e pude sentir isso. Em nenhum momento, tentou me fazer “conhecer o meu lugar”, ou mudar minha opinião, apenas procurou me entender. Dessa conversa nasceu uma amizade que resistiu a grandes adversidades por sete anos, até que Joy faleceu. Costumávamos fazer longas caminhadas juntas e quando havia coisas difíceis de dizer face a face, trocávamos bilhetes. Mesmo depois de ela se mudar para uma cidade distante, mantínhamos contato por telefone e pelo correio. Durante boa parte desses sete anos, sua vida esteve várias vezes ameaçada por graves problemas de saúde, mas jamais a ouvi se queixar. Estava sempre animada e tinha uma verdadeira paixão por gente. Joy me ensinou algo importante: ser eu mesma é bom. E no processo, também me ensinou a tentar entender as pessoas de forma mais profunda, a olhar além das aparências, escutar mais do que dizem e lhes mostrar amor incondicional. Quando alguém vê nossas necessidades e procura atendê-las, florescemos. Cortesia da revista Contato. Foto: Photostock/Freedigitalphotos.net
Você pode ser o arquiteto de situações que o aproximem dos seus adolescentes acompanhando-os a lugares onde gostariam de ir e fazendo coisas que eles considerem divertidas. Eles talvez prefiram não participar de certas atividades por receio de serem criticados pelos amigos por estarem na companhia dos pais. Se este for o caso, talvez você possa ser apenas o motorista e levá-los e aos seus amigos para passear. Pelo menos você estará lá. Talvez seus filhos possam convidar um monte de amigos para uma atividade à noite ou para passar a noite em sua casa. Seja como for, você estará presente. Procure maneiras de unir suas vidas. Pode significar mudanças em ambos os lados, mas à medida que tentar, Eu lhe mostrarei formas de estabelecer contato. Talvez aconteça através de um projeto que desenvolvam juntos, como por exemplo atividades de marcenaria, costura, culinária, cuidar de um animalzinho ou fazer jardinagem. Aprenda a arte de ouvir Uma das formas principais de ajudar os seus filhos é escutando-os. Aprenda a escutar de verdade. Quando perguntar a um deles: “Como foi a aula?”, pare e escute como foi seu dia. Quando lhes forem apresentados problemas, você não precisa sempre fazer um comentário na hora. Ao invés de julgar, pare para pensar ou orar por uma solução. O principal é ser um bom ouvinte e oferecer amor, encorajamento e apoio. Perguntaram a alguns adolescentes como eles sabem quando os pais não estão prestando atenção ao que dizem. Eles deram as seguintes respostas: “Se não estiverem olhando para mim.” “Se estiverem lendo o jornal enquanto estou falando.” “Se continuam tirando pó ou cozinhando e dizem ‘Pode falar, estou ouvindo’.” Perguntaram-lhes também como sabem quando os pais estão prestando atenção. A maioria respondeu: “Quando param o que estão fazendo.” Um pai descobre o segredo Segue-se o depoimento de um pai que descobriu o segredo para se comunicar com seu adolescente: Nos últimos meses demos um passo importante no relacionamento com nosso filho. O segredo foi o esporte. Passar mais ou menos uma hora jogando futebol com ele todos os dias o está ajudando a transpor um período difícil de sua vida. Tiago tem 14 anos, é um garoto bastante agitado e vinha se metendo em muita encrenca. Estarrecidos com o péssimo comportamento dos nossos filhos, minha esposa e eu vimos que precisávamos tomar uma atitude mesmo! Concluímos que tínhamos que começar a passar mais tempo com os nossos filhos individualmente, um a um. Concentrei-me em Tiago enquanto minha esposa passava mais tempo com a nossa filha de dezessete anos. Ele costumava dar vazão à sua raiva e frustração através de uma atitude agressiva em competições. Além disso, não sabia perder de jeito nenhum, e era até difícil ficar perto dele. Em outra áreas ele não era de confiança. Deixava inacabada suas tarefas e outras coisas que começava. Estávamos sempre “pegando no pé” dele. No começo parecia impossível fazer contato com nosso filho. A porta de sua vida estava trancada para mim e para sua mãe. Estávamos desesperados para encontrar a chave, algum pequeno ponto no qual concordávamos para que pudéssemos construir a partir dali. Tiago parecia ter apenas um interesse: futebol. Não estava num time e eu tinha receio de deixá-lo se envolver mais com esse esporte, já que ele já não estava se dando bem nos outros. Finalmente, na esperança de me aproximar dele, decidi entrar no seu mundo e jogar futebol com ele todos os dias. Para minha surpresa, através dessa pequena quantidade de comunicação e envolvimento ativo, ele começou rapidamente a mudar e a se abrir. Em pouco tempo, outras pessoas começaram a comentar como ele estava mudando e se tornando um adolescente muito mais extrovertido, comunicativo, confiante e divertido, além de uma companhia agradável. E, francamente, também estou me sentindo bem mais saudável e feliz. Praticar um esporte ao ar livre pode, mais do que só queimar a energia de um adolescente, causar uma liberação de frustração paternal. Com certeza é melhor do que a direção que Tiago parecia estar tomando, tornando-se sedentário, viciado em computador e anti-social, sempre em encrencas ou procurando um jeito de se meter numa. Extraído do livro "Adolesciência", de Derek e Michelle Brookes. Usado com permissão. Foto por ipswitch20 via Flickr.
Uma mãe canadense criou um blog que está fazendo sucesso entre pais de todo o mundo ao relatar uma experiência inusitada. Cansados de recolher a bagunça das três filhas pela casa e lavar a louça suja que as meninas deixavam acumular na cozinha, Jessica Stilwell e o marido simplesmente resolveram entrar em uma greve doméstica. "Tudo começou quando tive um fim de semana muito ocupado e meu marido estava fora. Então olhei em volta e me dei conta que minhas filhas não estavam fazendo sua parte e assumindo suas responsabilidades (com as tarefas domésticas)", contou Stilwell, em entrevista à BBC. "Quando meu marido chegou em casa, eu lhe disse: vamos entrar em greve." A canadense, que vive na cidade de Calgary, conta que, no primeiro dia em que ela e o marido pararam de arrumar a casa e a bagunça das filhas, as três irmãs se deram conta de que algo estranho estava acontecendo, mas não sabiam muito bem o que era. Depois de seis dias, quando havia roupas e louça suja por toda a casa, elas finalmente entenderam que os pais estavam em "greve" para pressionar por uma mudança na atitude das três. Redes sociais Em um primeiro momento, Stilwell relatou a experiência em sua página no Facebook. Logo, por sugestão de parentes, que elogiaram seu estilo bem-humorado, resolveu criar um blog. Seus textos registram como tigelas, copos usados e roupas sujas começaram a se acumular em todos os cantos da casa enquanto, no fim do dia, Stilwell simplesmente sentava-se para relaxar e tomar um vinho, em vez de dedicar-se à limpeza e arrumação. "Hoje uma de minhas filhas sentou-se para jantar, olhou para o cereal empapado em sua frente e exclamou 'Eca! O que é isso?', empurrando a tigela para mim", escreveu a canadense no segundo dia da "greve". "Eu respondi com toda calma: 'Parece que é o seu café da manhã, querida.'" A mãe canadense conta que depois de alguns dias, as meninas começaram a reclamar e a culpar umas as outras pelo caos na casa. No sexto dia, finalmente, elas decidiram ajudar a arrumar a bagunça. "Esse foi só um jeito criativo de lembrá-las, com humor, de que somos parte de uma equipe aqui e todo mundo precisa fazer a sua parte", disse Stilwell. Article courtesy of http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121025_mae_blog_greve_ru.shtml. Photo by Bill Longshaw/freedigitalphotos.net
Anna Perlini Era um dia de verão particularmente quente e úmido. Jeffrey e eu viajávamos havia algumas horas quando sentamos exaustos na abafada sala de espera de uma estação rodoviária no norte da Itália. Ele mal falava comigo. “Será que eu realmente tinha de vir?” —reclamou. Como é que fui ter esta ideia, afinal de contas? —perguntei-me. Arrastar um rapaz de 14 anos para longe de seus amigos para visitar os avós com sua mãe não é bem o que um adolescente considera diversão. Esperaríamos mais uma hora para pegar o ônibus para nosso destino final. Eu não sabia o que era pior: o ar viciado na sala de espera ou a atmosfera pesada entre nós dois. Estava começando a me incomodar. “Quer tomar um sorvete?” —perguntei. Isso geralmente funcionava —ou pelo menos costumava funcionar. Não dessa vez. “Não!” veio a resposta seca. “Não preciso disso.” Meu menino estava crescendo. Minha paciência estava se esgotando. “Bom, vou comprar um para mim”. Quando voltei, ele conversava com um rapaz um ou dois anos mais velho. “Emmanuel é romeno,” —explicou ao nos apresentar— “mas fala bem italiano. Vive em um trailer aqui perto com sua mãe e duas irmãs menores. Ele faz biscates para ajudar a sustentar a família, mas quer conseguir um visto de trabalho para arrumar um emprego estável.” Emmanuel era inteligente, tinha boas maneiras e se mostrava disposto a fazer quase qualquer tipo de trabalho. Continuaram sua conversa animada que minha chegada havia interrompido. Falaram sobre escola, música e sobre a Romênia. Quando Jeffrey contou que fora a um acampamento de verão em Timisoara, Emmanuel ficou radiante. “Eu sou de lá!” —disse. Dava para notar que o rapaz estava feliz por encontrar outro mais ou menos da sua idade com quem conversar e relaxar. Jeffrey também parecia muito interessado na vida daquele jovem e provavelmente ficou surpreso que alguém de sua idade sustentasse a mãe e as irmãs. Quando chegou a hora de tomarmos o ônibus, Jeffrey orou por Emmanuel, sua família, deu-lhe um folheto cristão e algum dinheiro. “Mãe” —sussurrou enquanto nos acomodávamos em nossos assentos no ônibus— “isso foi cem vezes melhor do que sorvete!” Às vezes, quando estamos chateados ou desanimados, tudo que precisamos é dar um pouco de nós, para nos sentirmos melhor. É renovador como um alento de ar fresco. Anna Perlini é cofundadora da organização humanitária Per un Mondo Migliore (http://www.perunmondomigliore.org/), com atuação na região da antiga Iugoslávia, desde 1995. Artigo publicado originalmente na revista Contato. Usado com permissão. |
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