Pensando na minha mãe no dia do seu aniversário, percebi algo muito especial que marcou minha infância: o tempo que nossa família passava reunida. Pensei especificamente nos natais da minha infância. O que se destaca nessas memórias não era a qualidade ou a quantidade dos brinquedos que ganhávamos, ou as festas das quais participávamos, mas coisas relativamente simples. A primeira que me ocorreu foi que era nessa época que mais nos empenhávamos para fazer as coisas juntos, como quando montamos um presépio usando uma tábua velha e colocando sobre ela uns pinheiros e peças em miniatura que nós mesmos confeccionávamos. Houve um ano em que estávamos morando em uma casa pequena sem aquecimento, mas que se tornou acolhedora com as canções de Natal que ouvimos no nosso toca-fitas (a primeira vez que fizemos isso) e da alegria de encontrar laranjas, castanhas e passas embrulhadas em papel alumínio nas botinhas que havíamos pendurado. Lembro de um Natal quando eu era menor ainda, e fizemos um cordão de pipoca e colocamos na árvore. Elas não duraram até o fim de dezembro, pois um camundongozinho bem disfarçado de garotinha de 3 anos com marias-chiquinhas, foi comendo uma a uma, sempre que pensava que ninguém estava olhando. Não posso deixar de contar da manhã de Natal quando eu e minhas cinco irmãs tivemos uma surpresa quando acordamos e encontramos seis caixas brancas de sapato alinhadas, com o nome de cada uma de nós, contendo uma coisinha especial que precisávamos ou que pudéssemos usar para brincar. Eram coisas simples como, cordas de pular, três-marias, uma escova de cabelo ou prendedores de cabelo, umas pecinhas de roupa, mas que, para nós, aquelas eram especiais! Relembrar essas ocasiões tão queridas despertou em mim a vontade de dar aos meus filhos esse mesmo amor e lhes proporcionar esse excitamento e emoções no Natal. Quero que tenham lembranças felizes. Foi então que percebi o que tornara aqueles momentos tão especiais: o amor de meus pais, o qual demonstravam dedicando-nos tempo. Não possuíamos muito materialmente, mas tínhamos o Senhor e uns aos outros, e era isso que tornava nossos natais tão felizes e especiais. Extraído da revista Contato. Usado com permissão.
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