Uma mãe canadense criou um blog que está fazendo sucesso entre pais de todo o mundo ao relatar uma experiência inusitada. Cansados de recolher a bagunça das três filhas pela casa e lavar a louça suja que as meninas deixavam acumular na cozinha, Jessica Stilwell e o marido simplesmente resolveram entrar em uma greve doméstica. "Tudo começou quando tive um fim de semana muito ocupado e meu marido estava fora. Então olhei em volta e me dei conta que minhas filhas não estavam fazendo sua parte e assumindo suas responsabilidades (com as tarefas domésticas)", contou Stilwell, em entrevista à BBC. "Quando meu marido chegou em casa, eu lhe disse: vamos entrar em greve." A canadense, que vive na cidade de Calgary, conta que, no primeiro dia em que ela e o marido pararam de arrumar a casa e a bagunça das filhas, as três irmãs se deram conta de que algo estranho estava acontecendo, mas não sabiam muito bem o que era. Depois de seis dias, quando havia roupas e louça suja por toda a casa, elas finalmente entenderam que os pais estavam em "greve" para pressionar por uma mudança na atitude das três. Redes sociais Em um primeiro momento, Stilwell relatou a experiência em sua página no Facebook. Logo, por sugestão de parentes, que elogiaram seu estilo bem-humorado, resolveu criar um blog. Seus textos registram como tigelas, copos usados e roupas sujas começaram a se acumular em todos os cantos da casa enquanto, no fim do dia, Stilwell simplesmente sentava-se para relaxar e tomar um vinho, em vez de dedicar-se à limpeza e arrumação. "Hoje uma de minhas filhas sentou-se para jantar, olhou para o cereal empapado em sua frente e exclamou 'Eca! O que é isso?', empurrando a tigela para mim", escreveu a canadense no segundo dia da "greve". "Eu respondi com toda calma: 'Parece que é o seu café da manhã, querida.'" A mãe canadense conta que depois de alguns dias, as meninas começaram a reclamar e a culpar umas as outras pelo caos na casa. No sexto dia, finalmente, elas decidiram ajudar a arrumar a bagunça. "Esse foi só um jeito criativo de lembrá-las, com humor, de que somos parte de uma equipe aqui e todo mundo precisa fazer a sua parte", disse Stilwell. Article courtesy of http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121025_mae_blog_greve_ru.shtml. Photo by Bill Longshaw/freedigitalphotos.net
0 Comments
Petra Laila Agora que meu filho mais velho, Chris, fez 13 anos, vi que preciso mudar a maneira como me comunico com ele. Ele não é mais a criança que era faz alguns anos. De uma hora para a outra, ficou mais alto que eu. O tempo voou mesmo! Parece até que foi ontem que ele era um ativo menininho de dois anos que mexia em tudo. Como a maioria dos pais, suponho, a minha tendência é instintivamente achar que já sei o que é melhor para meus filhos e que devo agir segundo essas impressões. Isso até funcionou quando ele era pequeno, mas agora que chegou à fase de querer tomar mais suas próprias decisões, descobri que preciso adotar outra abordagem e envolvê-lo mais nesse processo, ou seja, tratá-lo menos como criança e mais como colega de trabalho. Hoje, quando surge uma situação, tornou-se mais importante escutar suas ideias e entender seu ponto de vista e suas necessidades, assim como explicar o que penso. Então tentamos formular uma solução juntos que seja boa para nós e para os demais envolvidos. Quando recaio no antigo hábito de tentar lhe dizer o que fazer sem considerar sua opinião, ele se sente tolhido, afasta-se, perde uma oportunidade de aprender e eu perco sua cooperação plena. Mas quando me lembro de consultá-lo em vez de lhe dar ordens, as coisas vão bem, ele dá outro passo para aprender a tomar decisões sábias, responsáveis e amorosas, e nossos laços de amor e respeito mútuo são fortalecidos. *** A transição da infância para a vida adulta pode ser como andar na corda bamba, e os adolescentes precisam do bom exemplo dos pais ou de outras pessoas para ajudá-los a fazer essa travessia com segurança e sem muitos solavancos. Conforme meus filhos se tornaram adolescentes, eu procurava orientá-los no processo de tomada de decisões, mas deixava que eles decidissem. Eles, muitas vezes, tentavam convencer a mim ou sua mãe a tomar as deci¬sões por eles, para que não figurassem como culpados, caso as coisas dessem errado. Mas eu costumava lhes dizer: “Não me pergunte. Você sabe discernir o certo do errado. O que você acha?” De um modo geral, gostavam que insistíssemos que eles decidissem, porque sabiam que era o certo e essa abordagem os ajudava a sentir que confiávamos neles e os respeitávamos, o que é muito importante nessa idade. - D. B. Berg Extraído da revista Contato. Usado com permissão.
Se seus filhos foram educados desde cedo para viverem prudentemente, respeitarem os outros, obedecerem, disciplinarem-se e seguirem as regras estipuladas, serão mais felizes, melhor ajustados, mais realizados no caminho que escolherem. Aqueles que não aprendem estes princípios básicos são pessoas mais egoístas quando crescem, mais exigentes e menos felizes com a vida, pois têm que aprender da maneira difícil que as regras são para serem obedecidas e que existem conseqüências quando elas são quebradas.
Ensinar seus filhos a obedecer e a viver de uma maneira amorosa não é algo que acontece de um dia para o outro. Mas como custa tanto — seu tempo, suas forças, sua capacidade de suportar, sua paciência, sabedoria, amor, perseverança, continuar mesmo quando é difícil — é um dos presentes mais preciosos que podem dar aos seus filhos. Prepara-os para a vida. Toma o barro maleável da sua vida e lentamente, suavemente, dia a dia, o molda em algo útil. ****** Quer uma ótima maneira de ensinar seus filhos a terem auto-controle? Ensine-os a trabalhar. A vida pode sem dúvida ter suas partes difíceis, mas não ensinar o valor do trabalho às crianças agora, pode tornar as coisas ainda mais difíceis para elas mais tarde. É que as crianças que sabem trabalhar têm mais facilidade de controlar seus impulsos, de manter a mente na meta até uma tarefa ser terminada, e entender a conexão entre esforço e oportunidade. Portanto, ensine seus filhos a trabalhar, ficarão felizes por você ter feito isso. - Mark Merrill, O minuto da Família Pam Farrell, O Tesouro Dentro do seu Filho Como conseguir que o seu filho ou filha “cumpram” com as tarefas que lhe foram delegadas? Seguem-se algumas idéias de mães que já enfrentaram esse dilema: • Motivador Magnético: No nosso Lar, cada manhã eu coloco um imã com as responsabilidades das crianças no lado esquerdo da geladeira. Quando acordam, cada criança vai ver o que precisa fazer antes de ir para a escola ou saírem para brincar. Quando terminam a tarefa, mudam o imã correspondente para o lado direito da geladeira, o lado das tarefas terminadas. Os imãs são fáceis de fazer. Para os que não lêem, gravuras, símbolos ou simplesmente desenhos podem dar a orientação necessária. Se a criança fizer seus próprios imãs, será ainda maior a motivação de realizar a tarefa e mover os imãs. • Ajude-as a florescer: Escreva as responsabilidades em palitos de picolé, e cada dia peça às crianças para escolher um ou mais. É ótimo para tarefas rotineiras como pôr ou tirar a mesa, lavar louça, etc. Uma mãe fez flores para colocar em cima de cada palito de picolé. Esse vaso de “flores” fica em cima da mesa de jantar, para lembrá-la de incluir as crianças. • A grande recompensa: Quando os meus filhos eram menores, eu os motivava deslocando bolinhas de gude do jarro triste para o jarro feliz cada vez que faziam algo que fizesse a Mamãe, o Papai ou Deus feliz. Ou pode ser uma recompensa relacionada com ir para a cama, como por exemplo uma lanterna para ler debaixo das cobertas. Tem uma mãe que gosta de cantar uma canção sobre as coisas mais importantes do dia de seus filhos, enquanto faz festinha nas suas costas. Outra, no final do dia, faz perguntas aos filhos para encorajá-los a conversar. Outra versão disso é dar “Cartões Super Garotos”. Dê os cartões como recompensa e incentive-as a colecionarem os cartões e depois trocá-los como fariam num parque de diversões. Os cartões podem ser usados para alargar a concentração da criança, tendo como meta trocar os cartões por itens que precisam de cartões maiores, e assim aprenderem a aguardar a recompensa, uma qualidade que as ajudará a atravessar melhor os anos da adolescência. • Faça um jogo com isso: Eu usava jogos para motivar os meus filhos, à semelhança de outra mãe que usava um despertador e fazia da limpeza uma corrida. A chave para fazer disso um motivador estratégico é deixar a criança escolher o que fazer durante esse tempo especial. Se estiver trabalhando numa atitude importante ou grande mudança de comportamento, a cenoura tem que ser grande o suficiente para ele ou ela querer continuar a tentar. • Estátua: Experimente o jogo da estátua quando quiserem que as crianças “resolvam a situação” nas brigas entre irmãos. Quando surge um conflito, a minha amiga Tracy grita “Estátua” e todo mundo tem que parar exatamente onde se encontra (e o que estiver fazendo). Ninguém pode se mexer até o conflito estar resolvido. Outra mãe senta todo mundo na mesa antes da refeição; todos compartilham o que os está incomodando, e o que gostariam que fosse feito para resolver a situação. Ninguém pode comer até estar tudo resolvido. Outra amiga minha, quando ouve alguém fazer um comentário negativo, pede para o acusador fazer dois elogios por cada comentário negativo que fez. • Boletins da vida prática: A mãe de uma criança com necessidades especiais e que tem dificuldades de aprendizado, dá um Boletim da Vida Prática para o filho quando saem os boletins escolares. Ela lhe dá “A” nas áreas em que ele é bom: amabilidade, construir com Legos e compartilhar. Em outro sistema de recompensas com princípios mais cristãos, é dado à cada criança um gráfico de pontos em que ela não só ganha pontos por tirar boas notas e terminar suas tarefas, mas também por demonstrar traços de caráter positivos como respeito, boas maneiras e compaixão. • Bom dia: Jenny dá bom-dia aos seus filhos com a seguinte musiquinha: “Bom dia, querido Deus, este é o Seu dia. Sou sua filha, me ensine a Lhe agradar com muita alegria.” Use as manhãs de aniversário para aumentar a auto-estima. Shawana deita-se com seus filhos aniversariantes e relata a história do seu nascimento, e como ficou feliz de Deus lhe ter dado esse presente tão maravilhoso! • Recompense o crescimento com oportunidades para crescer: Nancy recompensava suas crianças por memorizarem com “viagens misteriosas” da família ao zoológico, à livraria ou outros lugares educativos e divertidos. • Você consegue: A garotinha de Jaime ficava muito nervosa de ficar sozinha uma hora durante a Escolinha Dominical, então a mãe começou a dizer-lhe: “Eu sei que você vai se divertir muito. Sei que não vai chorar. Sei que vai ser boazinha e que a professora vai me contar ótimas coisas sobre você e que você foi uma boa ajudante.” Pelo fato de dizer essas coisas positivas para a garotinha antes dela ir, a menina começou a querer freqüentar a Escola Dominical. Catherine Neve
Acredite ou não, as crianças menores gostam de ajudar. É verdade! Elas desfrutam e se orgulham de serem prestativas até aprenderem o contrário. Somente quando ouvem seus pais e irmãos mais velhos se queixarem sobre “terem de fazer” isso ou aquilo na casa é que passam a achar chato ajudar. Uma abordagem positiva pode fazer as tarefas muito mais divertidas. Também tem um excelente efeito no desenvolvimento da auto-estima e ajuda a incutir outras qualidades que lhes serão de grande valia na escola e pelo resto da vida, tais como, autodisciplina, iniciativa, diligência, perseverança, autoconfiança e senso de responsabilidade. A cozinha é um excelente palco para essa ajuda. Crianças em idade pré-escolar podem ajudar em pequenas tarefas da preparação de alimentos, como lavar legumes, passar manteiga no pão, misturar massa para biscoito ou bolo. A mesa precisa ficar arrumada e os respingos devem ser limpos. As crianças também gostam de usar vassouras, pás de lixo e conseguem entrar embaixo das mesas e outros lugares de difícil acesso para os adultos. Separar e guardar os talheres é outra tarefa que podem realizar com sucesso e o mesmo se aplica a pratos, copos e tigelas inquebráveis. Se você mantiver o ambiente divertido e recompensar as crianças com elogios e reconhecimento, terão grande alegria quando forem “promovidas” para o posto de lavadores ou secadores de pratos, trabalhando no início com você e, depois, sozinhas. E não há por que se limitar à cozinha. Até os menores podem ajudar a arrumar seus quartos, guardar as coisas, dobrar os pijamas ou limpar a área de serviço. E a prática não deve parar quando as crianças alcançam a idade escolar. Meus filhos consideraram um momento marcante quando foram declarados responsáveis o suficiente para usar o aspirador de pó. Algumas crianças gostam de limpar as pias dos banheiros e trocar as toalhas de rosto. Outras preferem rastelar as folhas do jardim, cortar a grama ou ajudar a lavar o carro. Alguns mais velhos gostam de pregar botões ou fazer outros pequenos reparos nas roupas. A lista não tem fim. Basta olhar ao seu redor! Designar nomes de jogos às tarefas domésticas é uma boa “estratégia de marketing”. O primeiro jogo que ensinei aos meus filhos quando eram pequenos chamava-se “Formigueiro”. Eles fingiam ser formiguinhas e iam pela casa à procura de cada brinquedo ou animal de pelúcia que tivessem largado fora do lugar e levavam para o “formigueiro” (o lugar certo). Até um bebê pode aprender a brincar de formigueiro, sentado no seu colo ou ao seu lado, enquanto você e a criança guardam blocos ou outros brinquedos em uma caixa. Essa é a hora de elogiar, elogiar e elogiar! Algumas armadilhas e como devem ser evitadas:
Extraído da revista Contato. Usado com permissão. Michelle Lynch
Da minha janela observava um grupo de crianças do bairro se preparando para pegar uma bola que caíra no córrego. Um garoto estendeu as mãos, mas, ao invés da bola, pegou um punhado de folhas e de sujeira. A cena se repetiu mais duas vezes. Logo seus amigos esqueceram o jogo e passaram a limpar o córrego com todo o entusiasmo. Trabalharam sem parar por quase quatro horas, sob a orientação de dois adultos. Enquanto observava aquele grupo de garotos de cinco a doze anos de idade trabalhando juntos com tanto prazer, pensei no meu filho mais velho, hoje adolescente, e quanta responsabilidade lhe confiara na infância. Em comparação, meus outros meninos, com seis e oito anos, não tinham quase nenhuma obrigação. Foi aí que me ocorreu que não estava esperando o suficiente deles. A minha atitude havia mudado. Como a maioria das crianças da idade deles, meus garotos são, às vezes, traquinas, mas também têm o desejo de ajudar e de assumir responsabilidades. Eu precisava aprender a canalizar sua energia na direção certa e os estimular, ao invés de pressionar. Decidi começar a trabalhar com eles nos fins-de-semana. Passamos a unir esforços na execução de projetos necessários no lar como por exemplo, arrumar o jardim, varrer a entrada da casa, rastelar a grama, limpar a despensa e fazer geléia. A maior parte desses trabalhos requer força física, então os faz queimar o excesso de energia e eles adoram fazer essas coisas! Além de eu precisar, gostar da ajuda deles e de essas atividades manterem meus filhos ocupados, a abordagem nos ensinou que trabalhar juntos pode ser uma experiência divertida e gratificante, o que é sem dúvida o maior ganho. Pouco tempo depois de começarmos a implementar essa idéia, eles perguntaram: “Podemos fazer um daqueles projetos divertidos para não termos um fim-de-semana chato?” Estas são algumas coisas que aprendi e das quais não devo esquecer: - Ser realista na escolha dos trabalhos e na definição das metas. Não abraçar projetos, que por causa do porte, deixem um rastro de desordem, caso se esgote o tempo ou a energia para o terminar. - É mais importante termos um tempo de qualidade do que concluirmos o trabalho. Se o objetivo principal for dar atenção aos meninos e fortalecer o nosso vínculo, em vez de fazermos um monte de tarefas, no final realizaremos mais e não será enfadonho. - Não poupar elogios. Faço questão de agradecer bastante e de forma específica aos meus filhos pela ajuda que me dão, enfatizando a diferença que seus esforços farão em favor de toda a nossa família. - Recompensar trabalhos bem feitos. Saber que haverá algum tipo de prêmio no final, mesmo que seja apenas um lanche especial que eles mesmos preparem, ajuda-os a terminar as tarefas mais rápido. Lógico que, no início, a minha meta a longo prazo era ensinar os meninos a terem iniciativa e a serem mais responsáveis quando eu não estivesse por perto. E, aos poucos, isso aconteceu e eles passaram a assumir tarefas que antes eu tinha que fazer por eles e, depois, com eles, como lavar a louça, por exemplo. Mesmo quando a expectativa quanto ao que podiam produzir aumentou, ainda precisavam do meu reconhecimento. Há uma diferença sutil e importante entre fazer as coisas por causa de um senso de responsabilidade e fazê-las por mera obrigação. Logo aprendi que se não os mantivesse motivados, elogiando-os por serem responsáveis e trabalharem arduamente, as tarefas que antes eram consideradas divertidas e um desafio, tornar-se-iam maçantes. Eu precisava tomar cuidado para não deixar de valorizar a ajuda deles. Uma outra situação delicada era quando os meninos não davam conta de uma de suas novas responsabilidades. Eu não queria ser durona, mas tampouco desejava ser tão tolerante que deixasse de incentivá-los a levar a sério as suas responsabilidades. E foi o meu caçula que me ajudou a encontrar a solução para esse dilema. Ele tinha uma boa razão para não poder ajudar a lavar a louça do jantar naquela noite então perguntou se eu queria trocar, oferecendo-se para fazer uma das minhas tarefas no dia seguinte. A forma meiga como ele fez a proposta deu a todas as nossas tarefas domésticas um tom de trabalho em equipe. Não era uma permuta com vistas ao ganho próprio, mas tratava-se de um partilhar de responsabilidades. Topei na hora, é claro, e colhi os benefícios no dia seguinte, quando ele honrou sua parte do acordo sem ter que ser lembrado. Com base no que aprendi com aquelas crianças da vizinhança que limparam o córrego, e trabalhando com os meus filhos desde então, acho que posso dizer, sem medo de errar, que a maioria das crianças deseja responsabilidade. Elas esperam uma oportunidade de serem prestativas e querem que nós, pais, geremos a faísca que tornará tudo divertido e gratificante para elas. Se aprenderem a desfrutar e se orgulharem do trabalho quando pequenas, terão a mesma atitude para com suas responsabilidades quando forem adultas. É o tipo de coisa que, penso, contribui para a felicidade de todo mundo e que todos queremos para os nossos filhos. Eu precisava aprender a canalizar a energia deles na direção certa. Acho que posso dizer, sem medo de errar, que a maioria das crianças deseja. Extraído da revista Contato. Usado com permissão. Josie Clark
Acho que sou culpada por dizer, “sinto muito” demais e, por isso, às vezes dar uma ideia errada aos meus filhos. Anos atrás, quando um deles tinha cinco anos e caiu de bicicleta, eu disse que sentia muito. Eu tinha lhe dito claramente para não subir o morro na sua bicicleta de segunda mão, recém adquirida até seu pai checar os freios e lhe ensinar a usá-los. Mas ele subiu assim mesmo. Aconteceu que eles funcionaram bem, mas ele não sabia o que fazer, e entrou em pânico. “Voou” morro abaixo, cruzou uma plantação de milho e depois retornou à estrada. Ele não se lembra de nada depois disso, mas foi encontrado deitado no chão e precisou levar alguns pontos. Então eu disse que sentia muito. É claro que eu sentia muito. Senti-me péssima por não tê-lo supervisionado melhor. Senti a dor dele quando o levávamos às pressas para o hospital. Ainda sinto pena cada vez que vejo a cicatriz que ficou. Mas, de certa forma, meu “sentir muito” causou um mal-entendido. Falamos sobre isso semanas atrás e, apesar do acidente ter acontecido há alguns anos, ele ainda acha que, de certa forma, foi minha culpa. Ele não se lembra do aviso claro que ignorou nem de ter desobedecido. Só se lembra de eu lhe dizer que sentia muito e, portanto, ainda pensa que de alguma forma a culpa foi minha e não dele. O “sentirmuitismo” é um hábito fácil de adquirir, mas pode gerar um padrão que leva os adolescentes a culparem os pais por suas escolhas e respectivas consequências. Responsabilizar-se pelas decisões é algo que precisa ser ensinado logo cedo, para a criança aprender que quando os pais dizem que sentem muito, nem sempre é porque eles erraram, mas sim os filhos, que não deram ouvidos aos pais. Sinto muito que meu filho desobedeceu. Sinto muito que tenha se machucado. Sinto muito que permiti que esse mal-entendido acontecesse. E (por que não?) sinto muito por meu sintomuitismo. Eu deveria ter dito: “Sinto muito por você ter desobedecido. Sinto muito por você não ter escutado. Sinto muito que isso teve de acontecer com você, e estou certa que você aprendeu uma boa lição por causa disso. Sei que vai tentar de verdade não cometer o mesmo erro novamente.” O final feliz da história é que pude desfazer o mal-entendido com meu filho que, hoje, adolescente, encontra-se diante de decisões maiores do que escolher onde andar de bicicleta. Ele sabe que sempre poderá contar com minha ajuda, amor e solidariedade, mas também entende que, em última análise, é o responsável por suas decisões. Publicado originalmente em Contato. Usada com permissão. |
Categories
All
LinksContato Archives
March 2024
|