Jeanette Doyle Parr
O velho Ebenezer Scrooge*, antes de ter suas visões, teria sentido orgulho de mim naquele Natal que vou relatar. Um mês antes eu começara as minhas murmurações: “que nada!” “besteira!” *(personagem da história de Charles Dickens, famoso por sua atitude negativa em relação à vida e às pessoas, Ebenezer Scrooge na véspera de Natal foi visitado por “3 espíritos do Natal” que lhe mostraram o seu grau de egoísmo, causando-lhe uma transformação radical.) Saindo de uma gripe, eu estava física e mentalmente exausta. Pela primeira vez na minha vida a época de Natal não estava me causando nenhuma inspiração espiritual. Eu tinha reparado na maneira como os meus filhos se entreolhavam a cada comentário cortante que eu fazia sobre a sujeira que ficava na cozinha quando eles me ajudavam a fazer os biscoitos de Natal. E também quando eu os mandava embrulhar os presentes mais depressa, sendo que eles não tinham coordenação motora suficiente para irem mais rápido. Meu marido se afastava cada vez que eu lamentava o preço dos presentes e como o Natal estava puro consumismo. Não demorou muito e até o cachorro estava fugindo da minha língua afiada. Cada manhã eu acordava decidida a ter um dia melhor. Eu jurava que ia ter mais paciência. Mas ao final do dia normalmente estava reclamando ou sobre ou para alguém. Agora, no dia 22 de dezembro, eu tinha outro problema. Por mais que tentasse não conseguia endireitar as asas de anjo da fantasia da minha filha menor. — Kris, vista outra vez pra mamãe ver o que fazer para arrumar esta asa. Kris vestiu a fantasia outra vez, toda feliz, colocando a auréola sobre sua cabeça loirinha. O lado esquerdo da asa pendia para baixo. — Mamãe, enquanto a senhora conserta a asa, posso ensaiar a minha musiquinha? — Claro! — disse suspirando. — Mas fique paradinha. De costas para mim, ela começou a cantar com a sua vozinha estridente. Oh vinde, infiéis, A Belém iremos, infelizes, fumantes e sem amor Fiquei paralisada e comecei a chorar. As lágrimas escorriam pelo meu rosto e caíam sobre as asas cintilantes. Noite infeliz estava falando de mim. Não é de admirar que até então o Natal não tivera o sentido de sempre para mim, pois eu não tinha deixado a felicidade natalina entrar. Até aquele momento eu não tinha parado nem um instante para refletir no milagre do nascimento de Cristo. Eu tenho o hábito de ficar em silêncio logo que acordo, lendo a Bíblia e em oração, mas este ano comecei o mês de dezembro ocupada demais na cozinha fazendo biscoitos e guloseimas, embrulhando presentes ou costurando isto e aquilo. Kris virou-se e olhou para mim: — A senhora tá cholando porque eu cantei bunito? — Estou, querida. Você cantou muito bonito, essa música é linda como você… como o Natal. Dei-lhe um abraço apertado e ali, em silêncio, prometi que o resto dos dias até o Natal seriam lindos e felizes, porque eu ia ter amor e ser feliz. Sorri novamente. Receberíamos o dom eterno, mas alegres e cheios de amor. ***** Na época de Natal, você às vezes se sente como um barquinho em alto-mar, rodeado de ondas enormes? Sente-se como se estivesse tentando ultrapassar as correntes, a força da maré e a fustigação dos ventos e tempestades? Às vezes é preciso soltar as velas e aproveitar o vento; outras vezes tem-se que amainá-las. Às vezes você precisa enfrentar a tempestade; em outras, tem que ficar à deriva até ela passar. O mais importante, porém, é entender que se pedir, Jesus estará ao seu lado. Ele pode acalmar as tempestades e abrandar as ondas. Ele pode inclusive ir caminhando até você sobre as águas se for preciso. E se a situação ficar difícil demais, você pode recorrer a Ele para trazer paz a qualquer situação. Ele está bem ao seu lado, e o que mais deseja é ajudá-lo. Como nos conta a Bíblia, quando Ele andou sobre as águas, “o barco logo chegou ao seu destino” (João 6:21). Ele fará isso por você também se Lhe pedir. Já fez antes e pode repetir o feito. — Robert Rider
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