Julie Buhring
Outro dia eu estava conversando com algumas amigas sobre o concurso de beleza de Miss Mundo, e uma das várias perguntas feitas às candidatas pelos jurados me levou a uma reflexão. A pergunta era: “Quem é o seu modelo de pessoa ou quem é a pessoa que você mais admira?” Qual seria a minha resposta se me perguntassem isso? Será que eu diria madre Teresa de Calcutá, ou Florence Nightingale, ou alguém mais que já inspirou milhares de pessoas ao redor do mundo devido à sua abnegação e serviços prestados ao ser humano? Não. A pessoa que eu mais admiro é a minha mãe. Há 27 anos a minha mãe se dedica a servir ao próximo como missionária e já atuou em diversos países em três continentes. Nestes últimos cinco anos ela tem vivido na África. Apesar de só isso já ser notável, o mais notável é que há 23 anos ela sofre de uma doença rara e debilitante que afeta todas as suas juntas e causa uma dor insuportável ao mínimo movimento. No entanto, ao ser apresentado a ela, você não percebe nada, exceto que ela manca um pouco. Para mim essa é uma das qualidades mais admiráveis da minha mãe: Apesar desse sofrimento, ela nunca usa os seus lábios para reclamar, apenas para sorrir. Até mesmo nós que convivemos mais com ela às vezes nos esquecemos que ela tem essa grave enfermidade, e só nos lembramos quando ela some e a encontramos na cama, incapaz de mover o corpo de tanta dor. Além disso, ela tem problemas de audição e recentemente perdeu a visão em um dos olhos. A sua vida pessoal também não tem sido um mar de rosas, já que ela tem tanto amado quanto passado por perdas. Qualquer outra pessoa diria que a vida ela é só dificuldades, mas ela vê apenas os momentos de alegria, e considera a sua vida “só bênçãos!”. Acredito que a sua maior força provém da grande fé que ela tem em Deus e no Seu amor por ela, amor esse que ela transmite a todos com quem têm contato. Minha mãe dedica a sua vida a servir a outros, e isso não é só a sua profissão, mas modo de vida. Ela emana tanta paz, amor e consolo que atrai as pessoas como se ela fosse um ímã. Até mesmo as mais difíceis e rebeldes sentam-se com ela e desabafam seus problemas, temores e sonhos, e ela é como uma mãe para essas pessoas. Por causa do seu sofrimento ela consegue consolar os outros que passam pelas mesmas coisas. Para mim isso é cristianismo de verdade, não ficar dando sermões num púlpito, mas sim ser um exemplo vivo de amor e interesse sincero pelo próximo. Não basta apenas amar quando sentimos vontade, quando tudo está bem e estamos fortes e saudáveis; ou quando temos bastante tempo e forças de sobra. Amar é chorar com quem chora, porque entende a dor da pessoa. Amar é ser um ombro onde outros possam chorar. É dar uma mão para encorajar, mesmo quando se sente cansado demais para sequer manter-se em pé. O amor não dura apenas uma hora ou um dia, é eterno. A minha mãe não é nenhuma Miss Mundo, mas para mim é a mulher mais linda do mundo. A beleza interior e a graça que ela possui fluem dela cada dia da sua vida. Ela nunca será famosa e os livros de História jamais farão menção de seu legado, mas o amor que ela transmite vive agora e transcenderá o tempo na vida de muitos que por ela foram tocados.
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