Gabriella Delorenzo
Mi dia tem 1440 minutos. Subtraindo as aproximadamente nove horas que meus filhos dormem, obram 900 minutos, durante os quais recebo um bombardeio diário de perguntas, pedidos, apelos em lágrimas, risos, beijos, abraços e bagunças. O cuidado dos meus três filhos pequenos é para mim o que há de mais importante, mas houve vezes em que me senti incapaz de atendê-los como deveria. É fácil se deixar enredar pelas tarefas da casa em prejuízo ao elemento mais importante do lar: o amor. Foram os meus pequenos que me ensinaram quais são os minutos mais bem empregados do dia. Eu estava correndo de lá para cá, tentando limpar o quarto antes de o bebê acordar do soninho da tarde, quando Charlotte, de seis anos, apareceu com o sorriso mais encantador e perguntou se eu queria montar o quebra-cabeça com ela. Tentei persuadi-la que ela deveria tentar sozinha e expliquei que naquele momento eu estava sem tempo. O olhar de decepção denunciou que, mais que ajuda com o brinquedo, ela queria alguns minutos comigo. Parei para ponderar o que estava prestes a fazer. Quando Charlotte crescer e pensar na sua infância, do que quero que ela se lembre: de um quarto limpo ou dos momentos que passamos juntas? Brinquei de quebra-cabeça com Charlotte, rimos juntas e lhe dei um abraço quando terminamos. Foram dez minutos bem empregados. “Mamãe, mamãe, a senhora pode ler este livro para mim?” Era Cherise, de três anos, depois de três histórias na hora de dormir. Eu estava cansada e ainda tinha umas coisas a fazer antes de desabar na cama. Tentei gentilmente recusar, mas ela não arredou pé. O que ela realmente quer, pensei, é um pouco da minha atenção, mais alguns momentos para mostrar que me ama e para estar segura do meu amor. Li outra história, ficamos abra-çadinhas debaixo das cobertas e ela dormiu com a cabeça no meu ombro. Quinze minutos bem gastos. Aquela semana tinha sido bem corrida. Estava ajudando a organizar um evento para 100 crianças carentes e naquele dia receberíamos visitas. Eu nem imaginava como ia conseguir fazer tudo na minha lista de afazeres. Aí minhas filhas perguntaram se podiam fazer biscoitos para as visitas. Tentei argumentar que não seria necessário porque tínhamos biscoitos já comprados para servir, sem falar que o tempo estava curto. Mas não agüentei e cedi aos apelos daqueles rostinhos encantadores. E quando as vi servindo os biscoitinhos que haviam preparado quase sozinhas, fiquei feliz por ter cedido ao seu apelo. Foram trinta minutos bem gastos. Jordan, meu filho de nove meses, não me dá trégua: são travessuras sucessivas, coisas que tenho de tirar de sua boca e uma luta contínua para afastá-lo dos nossos animais de estimação indisciplinados. Fiquei exasperada quando ele não conseguiu ficar sentado e brincar com alguma coisa por mais de um minuto sem se meter em alguma encrenca. Ele estava manhoso e birrento e eu ficando com dor de cabeça. Mas no meio de tudo isso percebi que ele precisava de uma dose adicional de amor... e eu também! Tomei-os nos braços, ele recostou a cabeça no meu ombro e dancei suavemente! Ele simplesmente adorou! E depois de um lanchinho, ficou brincando feliz sozinho o suficiente para eu poder ajudar as garotas a terminar suas tarefas escolares. Foram quinze minutos bem gastos. No nosso dia-a-dia ocupado com nossas responsabilidades de adultos, não devemos esquecer que cada minuto que dedicamos aos nossos filhos é um investimento no futuro. As recompensas durarão pela eternidade. Tomada da revista Contato. Usado com permissão.
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