![]() Megan Dale Era seis e meia da manhã. Eu tinha acordado cedo e a primeira cena com a qual me deparei foi uma chuva torrencial no dia que planejáramos fazer um passeio em família. A chuva não me incomoda. Com certeza a terra estava precisando. Da janela, vi um pardalzinho pulando de um lado para o outro, atento à terra empapada, na esperança de encontrar alguma minhoca quase afogada com a qual se banquetear. Naquele momento, me senti como a coitada da minhoca. Fazia meses que nuvens escuras aos poucos cobriram os céus da nossa pequena família. Nosso caçula não estava crescendo no ritmo previsto e esse atraso o deixava chateado e explosivo, afetando sua felicidade no dia-a-dia e, às vezes, na “hora-a-hora”. Não era raro ele acordar chorando, à noite. Normalmente ele era um menino dócil, sensível, carinhoso e cheio de alegria. Mas precisávamos entender melhor suas dificuldades para atendermos suas necessidades de crescimento, e isso era para já, enquanto ainda era jovem e maleável, antes que os efeitos secundários e, às vezes, mais trágicos da baixa auto-estima e depressão invadissem aquela vida em tão tenra idade. E como se não bastasse, fazia quatro dias que meu marido e eu ficáramos sabendo que seu emprego estava com os dias contados, o que significava procurarmos um novo trabalho e também outra casa. No passado, seria para mim uma oportunidade de me lançar nos braços do futuro desconhecido, percorrer o mundo perseguindo meu destino aonde a brisa me levasse. Mas agora eu estava no limiar de uma mudança maior em um momento crucial na vida do meu filho. Quatro dias pareciam quatro anos, e a cada hora eu me agarrava a fios de esperança na forma de um versículo bíblico ou de alguma citação inspiradora, como se fossem cordas salva-vidas em uma enchente. Muitos grandes homens e mulheres ao longo das eras enfrentaram períodos difíceis e aflições, sobre os quais escreveram contos, poemas e hinos. Eu me agarrava aos seus pensamentos. Às vezes, repetia uma frase indefinidamente, como um mantra, simplesmente para manter a presença de espírito, enquanto cuidava dos filhos e dos afazeres domésticos. E funcionava. Parada ali, olhando para aquele passarinho, ouvi a consoladora voz do meu Salvador, com a qual estava tão habituada: “Você não é a minhoca, minha querida. Você é o pássaro. As chuvas e as tempestades que permiti caíssem sobre o seu mundo lhe oferecem um banquete que, sob outras circunstâncias, você teria de escavar para encontrar.” E naquele instante, minha perspectiva mudou. Delícias que teríamos de escavar para encontrar em circunstâncias normais, vinham para a superfície —dádivas especiais como estarmos mais próximos uns dos outros, mais amor e gratidão pelos nossos amigos e parentes, além de um desejo ardente de, por meio da oração, confiar a Jesus nossas necessidades e temores diários. E a chuva? Ainda não havia parado. Algumas de nossas orações haviam sido atendidas maravilhosamente (mudamos para outra casa e meu marido encontrara outro emprego) e isso nos animava, mas ainda tínhamos grandes desafios em outras frentes. Mas ali estávamos como passarinhos felizes e saltitantes, apesar da chuva, porque, por mais estranho que pareça, banqueteávamos em minhocas! P.S. E como se fosse um sinal, um dia depois da minha “revelação chuvosa”, uma criança de oito anos da casa vizinha me ofereceu um punhado de minhocas que se retorciam agitadas em sua mão e anunciou: “Tem muito mais debaixo daquele monte de folhas se você quiser”. Contentei-me com a metáfora. ***** Abalado pelas mudanças da vida Ajudar nossos filhos a lidar com as dores de crescimento causa em nós mudanças tão significativas quanto as que eles vivenciam. Quando as pessoas que nos são mais próximas passam por mudanças muito profundas, também somos afetados. Não podemos fugir das mudanças, mas podemos nos beneficiar ao máximo delas. Veja como: § Identifique as condições. Separe os aspectos sobre os quais você exerce algum controle dos demais e entregue todos a Deus que, em última análise, controla todas as coisas. § Entenda as condições. Faça a diferença entre os aspectos práticos e os emocionais, e lide com cada um segundo seus respectivos méritos. Juntos, podem ser difíceis de enfrentar, mas individualmente se tornam, de um modo geral, administráveis. § Mantenha a mente aberta. O que você tem feito ou como tem agido pode ter produzido bons resultados até agora, mas pode haver alternativas melhores. § Evoque a ajuda de Deus. As circunstâncias podem ser demais para você, mas não para Ele. “Para os homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível.” Esse é o fator Deus. § Permaneça positivo. Concentre-se nas oportunidades, não nos obstáculos. § Dê e receba apoio. Comunique-se com seus filhos e encontre formas que gerem benefícios que possam ser compartilhados por todos. § Tenha paciência. O progresso é, muitas vezes, um processo de três passos: um passo para trás e dois para frente. § Pense no longo prazo. “Aquele [Deus] que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus.” Extraído da revista Contato. Usado com permissão.
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