Quando eu era criança conheci uma família de seis irmãos e irmãs. Fiquei impressionado por eles não darem muita importância em serem parte da “turma que está com tudo” ou em se vestir na última moda; para mim pareciam confiantes e sem medo de falhar. Cada um tinha sua personalidade, mas pareciam possuir uma qualidade em comum, e que passei a admirar grandemente. Tinham uma certa paz, segurança ou naturalidade — resumindo, tinham confiança. Essa confiança não vinha por serem brilhantes, ou possuírem habilidades esportivas ou boa aparência excepcional — na verdade seu desempenho nessas áreas era mediano — então me interessei em saber a origem daquilo. Um dia tive uma oportunidade inesperada para descobrir a verdadeira fonte de sua confiança. A família se mudou para uma casa que ficava a uma quadra da nossa, então, em vez de encontrá-los apenas na escola, passei a vê-los na vizinhança e o segredo foi revelado. No seu lar, a aceitação e confiança eram generosamente partilhados entre pais e filhos, e isso inspirava confiança em cada um deles. Não é de se admirar que um ambiente como esse fomentaria a confiança. É interessante observar que a raiz da palavra confiança é confiar. Para você confidenciar em alguém é preciso ter confiança. Quando duas pessoas confiam uma na outra e se aceitam, o resultado é confiança — confiança na outra pessoa e em si mesmo. - Deepa Daniels O melhor sistema de segurança O que muitas crianças precisam é simplesmente de um firme alicerce de amor e aceitação por parte dos seus pais. Isso age na vida delas como um amortecedor de choques e lhes dá a segurança que ajudará a mantê-las longe de perigo e más influências como drogas, álcool, e até mesmo da dor de ser rejeitado pelos amigos. Nesses momentos, o seu amor e aceitação será para eles uma rede de proteção. Se os jovens souberem que apesar de seus erros ou atos insensatos você não os rejeitará, eles vão procurá-lo, e isso criará o laço que você tanto deseja. Seus filhos precisam saber que, não importa o que façam, você sempre os amará. Precisam saber que podem sempre conversar com você, mesmo que não concorde. Mesmo que não concorde. Mesmo que considere algo que eles fizeram um grande erro, ainda é o pai deles, sempre os amará e podem sempre procurá-lo. Mesmo se a vida virar um inferno, seus filhos saberão que podem sempre contar com o seu amor. – Extraído do livro “Adolesciência”, por Derek e Michelle Brookes - "Esta é a Confiança" extraído do website http://just1thing.com/podcast/2011/6/15/this-is-the-confidence.html
- “Adolesciência” © Aurora productions.
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Julie Buhring
Outro dia eu estava conversando com algumas amigas sobre o concurso de beleza de Miss Mundo, e uma das várias perguntas feitas às candidatas pelos jurados me levou a uma reflexão. A pergunta era: “Quem é o seu modelo de pessoa ou quem é a pessoa que você mais admira?” Qual seria a minha resposta se me perguntassem isso? Será que eu diria madre Teresa de Calcutá, ou Florence Nightingale, ou alguém mais que já inspirou milhares de pessoas ao redor do mundo devido à sua abnegação e serviços prestados ao ser humano? Não. A pessoa que eu mais admiro é a minha mãe. Há 27 anos a minha mãe se dedica a servir ao próximo como missionária e já atuou em diversos países em três continentes. Nestes últimos cinco anos ela tem vivido na África. Apesar de só isso já ser notável, o mais notável é que há 23 anos ela sofre de uma doença rara e debilitante que afeta todas as suas juntas e causa uma dor insuportável ao mínimo movimento. No entanto, ao ser apresentado a ela, você não percebe nada, exceto que ela manca um pouco. Para mim essa é uma das qualidades mais admiráveis da minha mãe: Apesar desse sofrimento, ela nunca usa os seus lábios para reclamar, apenas para sorrir. Até mesmo nós que convivemos mais com ela às vezes nos esquecemos que ela tem essa grave enfermidade, e só nos lembramos quando ela some e a encontramos na cama, incapaz de mover o corpo de tanta dor. Além disso, ela tem problemas de audição e recentemente perdeu a visão em um dos olhos. A sua vida pessoal também não tem sido um mar de rosas, já que ela tem tanto amado quanto passado por perdas. Qualquer outra pessoa diria que a vida ela é só dificuldades, mas ela vê apenas os momentos de alegria, e considera a sua vida “só bênçãos!”. Acredito que a sua maior força provém da grande fé que ela tem em Deus e no Seu amor por ela, amor esse que ela transmite a todos com quem têm contato. Minha mãe dedica a sua vida a servir a outros, e isso não é só a sua profissão, mas modo de vida. Ela emana tanta paz, amor e consolo que atrai as pessoas como se ela fosse um ímã. Até mesmo as mais difíceis e rebeldes sentam-se com ela e desabafam seus problemas, temores e sonhos, e ela é como uma mãe para essas pessoas. Por causa do seu sofrimento ela consegue consolar os outros que passam pelas mesmas coisas. Para mim isso é cristianismo de verdade, não ficar dando sermões num púlpito, mas sim ser um exemplo vivo de amor e interesse sincero pelo próximo. Não basta apenas amar quando sentimos vontade, quando tudo está bem e estamos fortes e saudáveis; ou quando temos bastante tempo e forças de sobra. Amar é chorar com quem chora, porque entende a dor da pessoa. Amar é ser um ombro onde outros possam chorar. É dar uma mão para encorajar, mesmo quando se sente cansado demais para sequer manter-se em pé. O amor não dura apenas uma hora ou um dia, é eterno. A minha mãe não é nenhuma Miss Mundo, mas para mim é a mulher mais linda do mundo. A beleza interior e a graça que ela possui fluem dela cada dia da sua vida. Ela nunca será famosa e os livros de História jamais farão menção de seu legado, mas o amor que ela transmite vive agora e transcenderá o tempo na vida de muitos que por ela foram tocados. Para as crianças, não existe no mundo ninguém mais bonito que suas mães. Os filhos mais jovens, além de não pensarem nas mães em termos de moda, bom gosto para jóias, penteados perfeitos e unhas bem feitas, não enxergam estrias nem cabelos grisalhos. Suas mentes ignoram esses fatores que costumam distorcer a percepção e os conceitos que adultos têm de beleza e, portanto, os pequenos sabem melhor que ninguém o que faz uma mulher verdadeiramente bonita. Onde as crianças vêem a beleza? — Nos olhos que transbordam de orgulho pelas suas realizações, nos lábios sempre prontos para incentivar e orientar, nos beijos que tornam os arranhões toleráveis, na voz aveludada que lhes devolve o sono depois de um sonho ruim e no amor envolvente de um abraço caloroso. De onde vem essa beleza? Maternidade gera abnegação, que, por sua vez, resulta em humildade, da qual nasce a graça, de onde brota a verdadeira beleza. A mãe encarna a vida, o amor e a pureza ao se doar aos filhos, e assim materializa o amor de Deus para eles. É por isso que acredito que nada embeleza uma mulher tanto quanto a maternidade. — Saskia Smith A Mão Que Embala o Berço, Governa o Mundo Como é importante o trabalho das mães! As mães da próxima geração moldam o futuro. A maternidade é praticamente a carreira mais importante no mundo. Apesar de que cuidar de um bebê pode não parecer algo tão grandioso, não pode ser minimizado. Quem pode prever o impacto que uma criança pode vir a ter na vida de muitos? O que torna a mãe maravilhosa é o seu espírito abnegado que a faz disposta a sacrificar seu tempo, sua energia e, se necessário, até a saúde por amor do filho. Qualquer mulher pode ter um filho, mas é preciso ser mãe de verdade para “instruir o menino no caminho em que deve andar” (Provérbios 22:6). — D.B. Berg Extraído da revista Contato. Usado com permissão. Observava umas criancinhas de cinco ou seis anos de idade jogando futebol. Apesar da pouca idade elas levavam o jogo a sério. Eram dois times, com técnicos, uniformes e os pais acompanhando a partida. Como eu não conhecia nenhum dos dois, pude desfrutar do jogo sem ficar ansioso na expectativa de saber quem venceria. Quem dera que os pais e os técnicos tivessem feito o mesmo! Os dois times eram bem treinados, e vou denominá-los Time Um e Time Dois. No primeiro tempo não houve gol. As crianças eram engraçadas demais. — Desajeitadas e desesperadas para chutar a bola como só as crianças conseguem fazer. Elas tropeçavam nos próprios pés, na bola, erravam os chutes, mas nem ligavam, porque estavam se divertindo! No segundo tempo, o técnico do Time Um retirou aqueles que deviam ser os melhores jogadores e colocou os reservas. Só deixou o melhor jogador, e na posição de goleiro. O jogo deu uma virada significativa. Acho que até quando você tem só cinco anos de idade, vencer é importante, porque o técnico do Time Dois não mexeu no time, e os reservas do Time Um não eram páreo para eles. O Time Dois se juntou em cima do rapazinho no gol. Ele era um ótimo atleta pela idade, mas não conseguia dar conta de três ou quatro outros meninos tão bons como ele. — E o Time Dois começou a marcar. O goleiro ali sozinho se dedicou de corpo e alma. Pulava com tudo na frente da bola, bravamente tentando detê-las. Quando o Time Dois marcou dois gois, um atrás do outro, o menininho ficou furioso. Começou a dar uma de louco, gritando, correndo e pulando para salvar a bola. Com toda a sua força ele finalmente conseguiu cobrir um dos meninos que se aproximava da trave. Este, porém, passou a bola para outro jogador, a uns 6 metros de distáncia, e quando o goleiro voltou para sua posição, era tarde demais. Marcaram o terceiro gol… Logo detectei os pais do goleiro. Eram pessoas simpáticas e de boa aparência. Dava para ver que o pai, ainda engravatado, fora direto do serviço para o jogo. Como eles torciam para o filho! Fiquei totalmente absorto observando o menino no campo e os pais na lateral. Depois do terceiro gol o menininho se transformou. Viu que não adiantava mais, que iam perder. Não desistiu, mas ficou sossegado e ao mesmo tempo desesperado. Estampava no rosto o sentimento de que qualquer coisa que fizesse seria em vão. O semblante do pai também mudou. Até então ele incentivara o filho a se esforçar mais, berrara conselhos e palavras de ánimo. Mas mudou e ficou ansioso. Quis dizer ao menino que devia agüentar firme, mas doía perceber o que o filho estava sentindo. Depois do quarto gol, eu sabia o que aconteceria, pois já vira isso. O menininho precisava desesperadamente de ajuda, mas não havia ninguém para ajudá-lo. Agarrou a bola depois do gol e a entregou ao árbitro, depois chorou. Ficou ali parado com as lágrimas escorrendo sem parar nas suas duas bochechinhas. Ajoelhou-se desanimado, e foi aí que o pai entrou no gramado. A esposa, tentando segurá-lo, puxava o seu braço dizendo para não fazer aquilo, que constrangeria o filho. O pai, porém, desvencilhou-se e correu para o campo, apesar de ser proibido, pois o jogo ainda não terminara. De terno e gravata, com sapatos sociais, ali, todo arrumado, ele entrou no campo e segurou o filho nos braços para todos verem que era o seu filho. Abraçou e beijou o menininho e chorou junto com ele! Eu nunca senti tanto orgulho de uma pessoa na minha vida como senti daquele pai. Ele retirou o filho do campo, e quando chegaram à lateral, ouvi-o dizer: — Filho, estou muito orgulhoso de você. Você foi ótimo! Quero mostrar a todos que você é meu filho.” — Papai, — disse o menininho ainda chorando. — Eu não consegui segurar a bola. Eu tentei, e tentei, mas eles não paravam de marcar gol em mim. — Marquinho, não importa quantos gois eles fizeram. Você é meu filho e estou orgulhoso de você. Quero que volte para terminar a partida. Sei que quer desistir, mas não pode. Você vai levar mais gol, mas não importa. Vá pro campo assim mesmo. Foi visível a diferença que isso fez! Quando você está sozinho, levando gol, sem conseguir segurar a bola, é vital ter a certeza de que para aqueles que o amam, isso não tem a mínima importáncia. O garotinho correu de volta para a sua posição. O Time Dois fez mais dois gois, mas tudo bem. Greg Lucas
( Comunidade dos Deficientes é uma comunidade online para pessoas deficientes ou com enfermidades) A tragédia de ter uma deficiência não é a deficiência em si, mas sim o isolamento que cria. Essa foi uma das lições mais importantes para a nossa família. Infelizmente, aprendemos da maneira difícil. Mas lições difíceis muitas vezes oferecem um insight bem maior, e nos últimos anos temos tido a maravilhosa oportunidade de adquirir muita sabedoria com diferentes famílias em diferentes comunidades. Ainda são muitas as descobertas a serem feitas ao longo desta jornada, mas colocamos aqui pelo menos 7 muito úteis que aprendemos com a comunidade de deficientes e que fez uma enorme diferença na nossa família. 1. Deus é soberano e bondoso. Quando você tem um filho extremamente deficiente, é essencial entender a soberania de Deus agindo na sua família. As Escrituras afirmam que o seu filho não veio por acaso nem o seu nascimento foi uma tragédia, mas sim uma obra planejada com esmero e cuidadosa e maravilhosamente montada antes da fundação da terra (Salmo 139:13–17; Efésios 1:3–12). Deficiência não é uma maldição, mas sim a bondade e a graça de Deus ampliadas de maneiras que uma família comum nunca tem a oportunidade de vivenciar. 2. Você veio a esta comunidade por uma razão. Demorou bastante para eu entender o propósito e o potencial no sofrimento e nas dificuldades da nossa família – até que comecei a compartilhar nossas experiências. A partir daí, 2 Coríntios :3–7 tomou vida. O sofrimento nos leva à intimidade de Deus, onde podemos receber o mais doce consolo. Mas não somos consolados para ficarmos confortáveis, mas para nos tornarmos consoladores. Cada episódio na experiência da nossa família com a condição de deficiência serviu para Deus nos equipar com Sua graça e a compartilharmos com aqueles que precisam desesperadamente do Seu consolo. 3. A deficiência amplia nossa visão para sentirmos alegria nas mínimas coisas. A maioria das famílias com um membro deficiente comprova que uma das suas maiores vitórias foram os momentos normais e tidos por garantidos em uma família típica. Lembro-me da primeira vez que nosso filho usou um banheiro público (aos 17 anos de idade). Tínhamos acabado de entrar no Walmart e Jake segurou minha mão e me levou ao banheiro masculino. Baixou as calças e tentou urinar no vaso sanitário – mas errou completamente o alvo. O assento, o chão e o box ficaram encharcados… mas pelo menos ele não fez pipi nas calças! Nós rimos, batemos palmas, gritamos vivas e louvamos a Deus dentro de um cubículo cheio de urina no banheiro de uma loja Walmart! A maioria das pessoas não poderia entender a imensidão da vitória que conquistamos aquele dia. Mas a deficiência geralmente nos dá uma visão 20/20, de modo que vemos o que outros não conseguem ver. É um dom maravilhoso! 4. Comunidade ajuda a dar a tão necessária perspectiva. Como mencionei antes, o perigo da deficiência é o isolamento. O perigo do isolamento é idolatria (sim, nossos filhos deficientes podem se tornar ídolos). A bênção da comunidade é a perspectiva. Todos nós precisamos de perspectiva para não entrarmos em autocomiseração e egocentrismo. Exatamente quando pensa que ninguém na terra poderia ter uma situação mais difícil do que a da sua família, encontra uma mãe solteira com gêmeos autistas. E exatamente quando uma mãe solteira acha que não consegue dar mais um passo, ela conhece uma avó que cria a neta de 10 anos com síndrome alcoolica fetal. A avó observa o jovem casal tentando alimentar uma criança sem reação por meio de sonda no intervalo de convulsões. Essas famílias estão aprendendo algo extremamente valioso entre si – a perspectiva nos faz olhar para fora. E na comunidade, a deficiência se torna um ministério. 5. Homens expansivos geralmente são a minoria. Apesar de nem sempre ser o caso, muitas vezes, quando se trata de liderança familiar, as mulheres parecem ser mais expansivas na defesa dos filhos deficientes. A tenacidade de uma mãe parece ser uma reação natural à deficiência da criança (Com a “mamãe ursa” não se mexe), mas quando a tenacidade vem da alienação ou decepção do pai, pode enfraquecer a estrutura familiar. Uma família com um membro deficiente precisa de um pai em quem se possa depender. Essa condição muitas vezes se cultiva e fortalece por meio do contato com outros homens na comunidade de deficientes. 6. Quando o casamento fica em segundo plano diante da deficiência, ele acaba ficando no último lugar. Muitas vezes já foi dito que “a melhor maneira de amar os seus filhos é amando o seu cônjuge”. Pouquíssimos casais admitiriam negligenciar o princípio contido nessa verdade, mas muitos o negligenciam na prática. Boas intenções sem aplicação assertiva vai corroendo o casamento. Cuidar constantemente de um filho deficiente, somado a todo o trabalho para cuidar dos outros filhos em casa, somado às horas extra para pagar tratamento médico e terapias, somado ao estresse, à depressão e ao cansaço, deixam pouco tempo para a manutenção da relação conjugal. Um casamento sem a devida manutenção é como um carro vazando óleo. Mais cedo ou mais tarde os cilindros deixam de funcionar, o motor funde e o dano é irreversível. Faça o que for preciso para incluir tempo de qualidade com o seu cônjuge. Homens, não esperem a sua esposa fazer contato, tomem a frente. Pode ser algo tão detalhado como planejar ir a um lugar para descanso e acrescentar uma noite para namorar toda semana, ou tão simples como sentarem-se juntos no sofá ao final do dia rindo (ou chorando) de tudo o que aconteceu naquele dia. Além da intimidade diária com o Senhor e a Sua Palavra, essa é a coisa mais importante que podem fazer para evitar que a sua família se torne parte de uma triste estatística. 7. Uma criança com um irmão deficiente é tudo menos uma criança típica. Quanto mais tempo passo com irmãos de deficientes, mais percebo que essas crianças não são nada típicas. Já observei, impressionado, irmãos se envolverem em situações difíceis, no mesmo nível de soldados que realizaram atos heroicos, bombeiros e policiais. Já vi adolescentes sem graça descobrirem um dom extraordinário e uma vocação como cuidadores cheios de compaixão. E muitas vezes, quando estava para sentir pena de um desses típicos irmãos de um deficiente, o Senhor me cutucou e deu uma leve bronca: “Preste atenção. Estou fazendo algo incrível na vida desta criança, e transformando-a na imagem e semelhança do Meu Filho”. Nenhuma escola, pública ou particular, consegue ensinar as lições de vida que se aprende na escola da deficiência. Posso dizer sem hesitação, que os meus filhos serão pessoas melhores por causa do seu relacionamento com um irmão deficiente. Viver com Jake não só os preparou para as piores situações, mas os equipou com uma profunda sensibilidade para reconhecer a mão de Deus agindo em suas vidas nos mínimos e mais sutis detalhes. O irmão deles tem sido um presente extraordinário para eles! As lições aqui mencionadas são tudo menos completas. Elas são contínuas e dinâmicas. A busca desesperadora e a revigorante descoberta de cada pérola de sabedoria fortalecem a nossa família e nos equipa a ministrar para outros. Se estiver lendo isto e for um membro novo da comunidade de deficientes, bem-vindo à família! É uma jornada gloriosa, maravilhosa, arrebatadora, que abrirá os seus olhos para as coisas mais preciosas na vida, e o aproximará cada vez mais da preciosa verdade por toda a eternidade. De http://sheepdogger.blogspot.com/2012/02/7-lessons-from-community-of-disability.html. O que fazer:
O que não fazer:
Chalsey Dooley
Foi só o sorriso de um bebê, uma coisinha de nada, mas mudou minha perspectiva de vida. Ele acordou e olhou para mim. Ele estava olhando para o que havia de mais importante no mundo para ele: eu! Não se importava que suas fraldas precisavam ser trocadas ou que o pijama que eu estava vestindo não combinava e eu estava descabelada. Ele não precisava de perfeição, pois o amor acertava todas as coisas. Aquele instante em que o tomei nos braços e sorvi aqueles raios de amor me trouxe a resposta de algo que estivera pensando antes. A falta de perfeição na vida sempre me incomodou. Quando alguém dizia ou fazia algo que me incomodava, eu muitas vezes ficava remoendo: Por que tem de existir coisas como incompatibilidade de gênios, falta de consideração, injustiça, pessimismo, humilhações? Essas coisas existem mesmo e são erradas! Gostaria que não existissem. Se todos, inclusive eu mesma, pudessem entrar nos eixos, minha vida seria uma perfeição maravilhosa. Na minha maneira de ver, a perfeição era a única coisa que poderia aliviar minhas irritações. Mas eu sabia que era impossível. A vida tem imperfeições e eu precisava de outra opção. Quanto mais pensava nisso, mais percebia que o que eu realmente queria era que o mundo girasse em torno de mim — dos meus desejos, sentimentos, preferências e prioridades. As coisas não podiam continuar como estavam e parecia que, dessa vez, era a minha vez de mudar, sem me importar com as culpas dos outros. Mas como? Já havia tentado antes. Mas naquela manhã, com meu bebê no colo, um pensamento me veio: Você gostaria que seu bebê já tivesse nascido perfeito? Depois de ponderar sobre isso, nada poderia ser menos desejável. Se, ao nascer, meu filho já soubesse andar e correr, jamais teria visto a emoção e o senso de realização estampados em seu rostinho quando ele desse os primeiros passos e não teria conhecido aquela sensação especial de tê-lo nos meus braços, sabendo que ele dependia completamente de mim. Se tivesse nascido falando perfeitamente, não teria vivenciado a alegria de ouvi-lo dizer a primeira palavra. Se, ao nascer, meu bebê soubesse tanto quanto sabe um adulto, eu não testemunharia a fascinação com que faz suas descobertas nem teria a realização de lhe ensinar algo. Eu perderia muitas coisas. Não... a sua imperfeição o torna perfeito. Eu não gostaria que ele fosse nada diferente do que é! O que é, então, perguntei-me, que faz a imperfeição dele diferente das outras imperfeições que me cercam? A resposta não demorou: O amor faz a diferença. Claro! Era o que estava faltando. Era isso que eu precisava mais para poder enfrentar com coragem e alegria os problemas que tenho, mas que gostaria que não existissem. Pense em tudo que você perderia se você e todos ao seu redor tivessem nascido perfeitos. Não haveria a imprevisibilidade da vida que dá um senso de surpresa às coisas; a alegria de perdoar e ser perdoado; os laços fortes da amizade feitos na adversidade e os traços de personalidade positivos formados da mesma maneira. Aprendi que pensar negativamente sobre uma situação negativa jamais produz resultados positivos. Determinei-me, então, a procurar e encontrar as oportunidades e as experiências positivas ocultas sob a máscara da imperfeição. Quando meu bebê teve dificuldades para dormir naquele dia, decidi me esforçar ao máximo para pôr em prática a lição que havia aprendido. Deixei de lado um pouco o que eu achava ser o melhor para ele e, junto com meu marido, cantei e brinquei com meu filho. Foi um momento perfeitamente feliz que todos teríamos perdido se tudo tivesse sido “perfeito” naquele dia. Uma equipe de cientistas sociais apresentou a um grupo de crianças entre 4 e 8 anos de idade a seguinte pergunta: “O que é amor?” As respostas foram mais variadas e mais profundas do que se poderia imaginar. Confira você mesmo. “Amor é aquele sentimento que você tem antes das coisas ruins começarem a estragar tudo.” “Quando a minha avó teve reumatismo, ela não conseguia mais se abaixar para pintar as unhas dos pés, então o meu avô começou a pintar para ela e faz isso até hoje, mesmo depois dele também ter ficado com reumatismo nas mãos. Isso é amor.” “Quando alguém te ama pronuncia o seu nome de uma maneira diferente. Você sabe que o seu nome está bem protegido na boca dessa pessoa.” “Amor é quando você vai comer fora e dá à outra pessoa a maioria das suas batatas fritas sem ela ter que dar nenhuma das dela.” “Amor é quando alguém o machuca e você fica super bravo mas não grita com a pessoa, porque sabe que ela ficaria triste se você fizesse isso.” “Amor é o que faz você sorrir quando está cansado.” “Amar é quando as pessoas se beijam o tempo todo. Depois, quando se cansam de beijar, ainda querem ficar juntas e continuar conversando. Os meus pais são assim.” “Amor é o que a gente sente no Natal se parar de abrir presentes e prestar atenção.” “Se quiser aprender a amar mais, deveria começar com alguém que você detesta.” “Quando conta a alguém algo ruim que você fez, fica com medo achando que a pessoa vai deixar de te amar. Mas depois fica surpreso porque ela não só continua te amando mas te ama ainda mais.” “Há dois tipos de amor: o nosso e o de Deus. Mas é Ele quem cria os dois.” “Amar é como uma velhinha e um velhinho que ainda são amigos, mesmo depois de se conhecerem tão bem.” “Minha mãe me ama mais do que ninguém. Só ela é que me dá beijo de boa noite e fica beijando até eu dormir.” “Amor é quando minha mãe dá ao meu pai o melhor pedaço de frango.” “Amor é quando a mamãe vê o papai todo fedorento e suado e diz que ele é bonito.” “Amor é quando o seu cachorrinho fica super feliz em te ver apesar de você ter largado ele sozinho o dia inteiro.” “Os cartõezinhos com mensagens dizem coisas de amor que nós gostaríamos de dizer mas que não dizemos nem que a vaca tussa.” “Você só deveria dizer ‘te amo’ se estiver falando sério. Mas se for sério, deveria dizer muitas vezes, porque as pessoas se esquecem.” — Autor anônimo [Esta é uma pequena ficção publicada anteriormente em um seminário para educadores. Trata da influência positiva que os professores podem ter no futuro dos alunos. A lição também se aplica a pais e cuidadores de crianças.] O meu dia tinha sido longo e cansativo, algo normal para mim, o principal professor de matemática numa escola de segundo grau que, na época, era considerada moderna, na região leste de Londres. A maioria dos alunos naquele tipo de escola geralmente fazia cursos de trabalhos manuais, ou ofícios, o que hoje em dia se chamaria de curso profissionalizante, em vez de matérias acadêmicas. Seja como for, tinha alguns alunos que precisavam ficar para aulas de reforço toda quinta-feira por uma hora e meia depois do horário de saída, que terminava às quatro da tarde. Nesta semana em particular, eu estava de plantão. Eu, assim como os alunos, estava incomodado por ter que ficar além do horário. O professor de plantão é quem tinha que coordenar ou sugerir atividades enquanto eles ficavam nas carteiras. Sendo assim, os deixávamos fazer o que quisessem, dentro de um limite, já que geralmente não nos sentíamos na obrigação de trabalhar mais. Os professores mais conscienciosos colocavam sua correspondência em dia e coisas assim, mas a maioria de nós normalmente ficava sentado à mesa lendo o jornal. Como eu, a essa altura, já estava com a cabeça e os nervos sobrecarregados, me contentava em fazer palavras cruzadas ou ficar olhando pela janela. Naquele dia, estava admirando o por-do-sol. A cada quinze minutos ou algo assim, cumpria a minha obrigação de passar pelas carteiras e observar se os alunos não estavam aprontando alguma. Foi quando me deparei com Pamela Lumley. Ela tinha quinze anos. Com os cotovelos em cima de um livro de exercícios aberto, ela cobria o rosto com as mãos. Era minha aluna de matemática da oitava série, uma jovem trabalhadora que morava na periferia, em Bermondsey. Estava de castigo porque foi pega fumando no banheiro. — Tudo bem, Miss Lumley? — perguntei, não esperando uma resposta e nem querendo ser incomodado com uma. Ela olhou para cima com o nariz escorrendo e os olhos vermelhos. Era óbvio que tinha chorado. — Eu não consigo aprender — ela lamuriou com o típico sotaque nasalado da região onde morava. — Aprender o quê? — Isto aqui… — ela respondeu, apontando com uma unha suja para uma página cheia de números feitos a lápis, emoldurados por rabiscos de flores e outros desenhos no seu encardido livro, cheio de orelhas. No meio de tanto rabisco, decifrei que ela tentava resolver um problema de matemática. — É dever de casa — ela explicou, remexendo o cabelo pretinho feito carvão. Há muito eu tinha desistido dessa garota, e mal conferia seus exercícios, que dirá seu “devê” de casa, como ela dizia. Em alguns meses ela ia sair da escola mesmo, se formar e viver — assim eu presumia — às custas de algum programa da Previdência Social. Pelo que eu entendia, matemática e qualquer outra habilidade acadêmica simplesmente não era o talento da garota. — Olha, continue se esforçando, Miss Lumley, — eu disse, olhando para o meu relógio. — Ainda faltava uma hora e dez minutos. De repente, para surpresa dela e minha, sem pensar, peguei o livro de exercícios e voltei à minha mesa. Comecei a folhear aquela ilegível confusão matemática escrita a lápis, de autoria da torturada Pamela. Parei na página onde ela estava, ainda úmida por causa da lágrima que pingara e borrara as orientações. Você talvez ache fácil, considerando a minha eloquência, mas não sei como descrever o que senti naquele momento. Era como se o mundo de Pamela Lumley se tivesse desvendado para mim e todo rabisco que ela fizera com muito custo, usando aquele toco de lápis grudento, e formando uma tela de hieróglifos representando a sua vida em um pardieiro nos fundos de Bermondsey, com uma angustiada mãe divorciada que vivia à base de calmantes. Na ocasião, eu não teria descrito como sobrenatural o sentimento que tomou conta de mim. Mas agora estou convencido que foi exatamente isso. Não sei por que, mas senti tanta vontade de chorar que o meu coração doía. No entanto, Pamela, à sua carteira, me observava esperando uma reação. — Preciso tomar um pouco de ar — avisei, sem conseguir falar direito. — Mi-Miss Lu-Lumley, poderia, por favor monitorar a sala por um momento? — Ela ficou chocada, como o resto dos alunos, e eu também, com as minhas palavras. Seu rosto reluziu, e ela me agradeceu. Tranquei-me no banheiro, sentei e chorei. Não entendia, mas me sentia estúpido e vulnerável, mas ao mesmo tempo era uma sensação maravilhosa. Acho que fiquei ali uns dez minutos, filosofando em silêncio, tentando entender aquela emoção. Mas não cheguei a lugar nenhum com a minha análise, até que de repente, me veio um insight da minha pessoa: soberbo, cínico, sarcástico e perspicaz, e um intelectual detentor de uma sofisticada grande parcela de conhecimento. Não me senti muito bem com essa visão. Ficou fácil odiar minha atitude e, concluí tristemente, era fácil os outros fazerem o mesmo. No entanto, saí dali decidido a continuar com aquela emoção no coração. Evitando olhar no espelho, lavei o rosto e voltei à sala de aula. — Todos se comportaram, Miss Lumley? — perguntei sorrindo. — Ah, foram todos muito bonzinhos! — ela respondeu com uma risadinha marota. — Que bom! Por favor, venha até aqui e vamos dar uma olhada neste problema. Pamela ficou desconcertada. Parecia que ia começar a chorar de novo. Mas caminhou bravamente até à minha mesa. Eu lhe mostrei para puxar uma cadeira, e ela sentou-se ao meu lado. — Sinto muito, fessó, mas não vai adiantá nada me explicar. Eu num entendo. — A solução é bem simples — eu disse gentilmente. — Como se chama esta flor que você desenhou aqui? Os olhinhos de Pamela Lumley reluziram. — É uma campánula. Mas isso não tem nada a ver com o meu problema de matemática. — Eu sei. E esta aqui é obviamente uma flor de açafrão. — É mesmo. — E esta outra? — É um coração-de-maria, a favorita da minha mãe. Mas e daí…? — Esta aqui você desenhou várias vezes, mas depois rabiscou em cima. — Ah. É um cravo-de-amor, a flor que eu mais gosto. Mas não consigo desenhar direito. Tá vendo como são as pétalas? Balancei a cabeça. — Sabe, fessó, pra mim é difícil desenhar as pétalas da maioria das flores. O coração-de-maria é claro que é a mais fácil. Abrindo a gaveta da mesa e remexendo, encontrei um gabarito de formas geométricas. Expliquei que não era desenhista. — Mas me parece que o formato desta pétala é trapezóide. Está vendo? — É verdade. — E esta aqui é meio hexagonal, sabe, seis lados. E esta, sem dúvida é um rombo, um losango. — É mesmo. Olhando assim fica fácil entender. — Dá para ver que você ama flores, Miss Lumley. — Amo mesmo. Mas não tenho nenhuma. A minha casa não tem jardim. É escura. Virei algumas páginas no seu livro de exercícios e vi que ela tinha tentado fazer um desenho usando duas formas diferentes. — É mesmo. Minha mãe ia me dar um kit de bordado de aniversário. Ela ficou muito triste, porque não tinha dinheiro para isso. Mas não tem problema, eu entendo. Eu ia bordar uma toalhinha de mesa com cravos e coração-de-maria misturados, para dar pra ela de Natal. — Entendo. — Bem, fessó, depois que eu arrumar um emprego, depois que terminar os estudos, acho que vou conseguir comprar. — Ótimo, Miss Lumley. Pode voltar para a sua carteira. — Disse eu, reparando as risadinhas e sussurros entre os outros alunos. — Pode ficar com isto. Espero que a ajude no seu projeto. — disse ao lhe dar o gabarito com as formas, o qual ela aceitou com um grande sorriso, agradecendo. *** O último dia de aulas chegou. A maioria de nós estava animadíssimo com as seis semanas de férias. Mas, alguns dos alunos que não voltariam às aulas estavam um pouco ansiosos em pensar que iam ter que arranjar um emprego em tempo integral. Pamela era um deles. A sala de aula estava vazia. Eu trancava a minha gaveta naquele último dia, quando Pamela bateu no vidro da porta. Fiz sinal para que entrasse. Ela se aproximou com lágrimas nos olhos. — Eu queria me despedir, fessó. Brigada por tudo. Tudo? Desde aquele dia de aula de reforço eu tinha demonstrado apenas um mínimo de interesse pelo progresso evidente que ela fizera nos desenhos de flores, apenas meneando a cabeça quando passava pela sua carteira, onde ela deixa o gabarito de formas geométricas à vista e o livro de exercícios para eu conferir. Nós praticamente não nos falávamos, apenas trocávamos um sorriso ou um aceno de cabeça de vez em quando. — Até logo, Miss Lumley. Tudo de bom… boa sorte na carreira que for escolher. — Muito obrigada, fessó. Acho que consegui um emprego de caixa no supermercado. Pelo menos por agora. É bom porque vou ter que praticar bastante fazer contas! O silêncio era desconfortável. Olhei para minha valise semi-aberta. Tinha que seguir com a decisão que tomara aquela manhã. Tirei dali um embrulho de presente com um grande laço e o entreguei a Pamela. — Pode abrir agora, se quiser, ou esperar até chegar à casa. — Falei baixinho. Primeiro ela hesitou, mas deixando-se dominar pela curiosidade foi logo rasgando o papel. Ela ficou de queixo caído! Enquanto Pamela balançava a cabeça totalmente surpresa com o presente, expliquei: — Não sei por que, mas precisei de muita coragem para ir à loja de armarinhos explicar que precisava de um kit de bordado para uma “amiga”! — Mas fessó. Não precisava… — Talvez não, Miss Lumley. Pra dizer a verdade, eu comprei naquele mesmo fim de semana em que lhe expliquei sobre as formas geométricas. Mas nunca tive coragem de lhe entregar. Ficou aqui na minha gaveta este tempo todo. Acho que foi bem arriscado esperar até hoje, mas pensei em lhe dar se você viesse, por livre e espontánea vontade, se despedir. Mas acho que se não viesse eu enviaria pelo correio. Vi então aquele rosto branquelo e tenso se desmanchar em lágrimas. Demorou um pouco para Pamela conseguir falar de novo. — Muito obrigada mesmo, fessó. Eu nunca vou esquecer este presente. *** No ano seguinte, por causa de um problema de coração, o médico me aconselhou a sair de Londres. Fui trabalhar como vice-diretor de uma escola geral perto de Aberdeen, na Escócia, onde fiquei por vinte anos, até me aposentar aos sessenta e dois anos de idade. Até que vivi bastante, pensei, levando em consideração a previsão dos médicos. Seja como for, no meu último dia de trabalho, aconteceu uma “coincidência” bem estranha. Tinham feito uma despedida para mim em uma pub ali perto, onde, posso dizer com alegria, pude desfrutar do apreço sincero dos professores com quem trabalhei, e de alguns ex-alunos das duas últimas décadas. Tive que pedir licença e me retirar, de tão emocionado que fiquei, pois comecei a passar mal, igualzinho o que aconteceu um dia na escola na região leste de Londres. Edith Standwell, uma das professoras mais jovens, me fez o grande favor de me levar para casa, um apartamento de um quarto em frente à praça da cidade. Ela queria ajudar. No início hesitei. Afinal, eu era um solteirão convicto. Mas mudei de ideia e aceitei a oferta. Ela então me acompanhou até o apartamento. Para minha surpresa, encontrei na caixa de correio um embrulho, que só fui abrir ao chegar lá em cima. Tinha um livro de capa dura e uma carta. Preocupada comigo, Edith Standwell me colocou sentado em uma poltrona confortável e ficou por ali atenta. Explicando onde estavam as coisas na cozinha, aceitei o chocolate quente que se ofereceu para fazer, e comecei a ler a carta. Caro Professor, O senhor talvez fique surpreso com esta carta, pois já se passaram vinte anos desde que nos vimos. Eu estava pensando que o senhor provavelmente vai se aposentar em breve. Olha, para ser sincera, desculpe eu ser tão direta, mas nem sei se ainda está vivo. Seja como for, voltei à minha antiga escola o outro dia e peguei o seu endereço com o Sr. Wills, o antigo professor de geografia, que agora é o diretor. Olha, queria lhe enviar um livro publicado recentemente sobre bordados e desenhos de flores, escrito por mim mesma (com muita ajuda de um editor, é claro, porque minha gramática continua deixando muito a desejar). Uma grande “contribuição” para a literatura, não acha? Pamela Lumley tem um bestseller na W. H. Smith, a maior rede de livrarias da Inglaterra! Seja como for, coloquei uma dedicação para o senhor, porque, afinal de contas, sem a sua ajuda este livro nunca teria existido. Curioso, fui olhar o livro e o nome — O Mundo Florido de Pamela Lumley, e abri na página da dedicatória. Mais uma vez senti aquela emoção, e sorri. …e a ele, um professor de matemática, que viu este mundo florido além dos meus garranchos e rabiscos, dedico este singelo livro. Pois sem o seu incentivo, ele jamais teria se tornado realidade, pelo que estou eternamente grata. - Pamela Lumley - História de Jeremy Spencer. © The Family International
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