Quando penso na minha infância, imagens de amor, encorajamento e lembranças calorosas de família me veem à memória. Lembro as noites no colo de meu pai lendo para mim por horas. Não tenho dúvidas de que aquelas experiências inspiraram em mim amor pela leitura. Quatro décadas depois, ainda ouço as palavras de minha mãe: “Trate todo o mundo com gentileza, Michele,” no mesmo tom com que ela falava quando eu era jovem. Os valores dos quais meus pais foram modelos para mim—perseverança, compaixão, aceitação e acreditar em mim mesma—são os mesmos segundo os quais vivo hoje em dia. E são os mesmos valores que tento emular para meus próprios filhos. Não precisa haver uma pesquisa para provar a sua influência: no momento que vê sua criança imitando o seu comportamento, repetindo suas palavras, ou copiando seus valores deveria confirmar que você faz a diferença. O bom senso nos diz que podemos influenciar de maneira significativa o rumo que a vida de uma criança toma. E por uma simples razão: as habilidades para se viver com sucesso são aprendidas, não herdadas. Podemos causar uma enorme diferença porque podemos ensinar essas habilidades aos nossos filhos e alunos. Saber lidar com os altos e baixos da vida, relacionar-se bem com os outros, determinar uma meta e não desistir até alcançá-la, saber encontrar soluções e resolver conflitos, comunicar-se de maneira assertiva, e fazer tudo isso com compaixão e empatia são habilidades que edificam um caráter sólido, uma mente forte e um coração compassivo, e essas habilidades podem ser ensinadas. Apesar de nosso amor e afeição não serem necessariamente o fator que torna nossos filhos mais autoconfiantes e amigáveis, podemos nutrir as habilidades que realçam as características para uma vida bem sucedida. E, apesar do temperamento inato de nossos filhos e sua constituição genética, você pode expandir o potencial deles ensinando-lhes a viver vidas mais bem sucedidas e gratificantes.--Michele Borba * A maneira como você vive—suas prioridades, como você passa seu tempo e gasta seu dinheiro, como trata as pessoas e suas posses—é o melhor indicador do que tem importância para você e que valores lhe são queridos. Acredite em mim, seus filhos leem a sua vida com muito mais clareza do que atentam para as suas palavras. Se ambos estiverem em harmonia, ótimo. Se não, é hora de reavaliar as coisas. Ao tentar incutir bons valores em seus filhos, pergunte-se o seguinte:
* O que significa preparar nossos filhos para a vida? — Significa avaliar como ajudá-los a passar pelas fases naturais de crescimento e desenvolvimento, vendo e sabendo o que outras crianças e jovens estão fazendo ou enfrentando, e os preparando para a ocasião quando talvez passem pela mesma coisa. Significa ensinar-lhes firmeza diante de dificuldades, e como abordarem situações novas com confiança e responsabilidade. Traduz-se em ensinar seus filhos a discernir o certo do errado, integridade, autodisciplina, convicção, amor, tolerância e força de caráter. ... Ensinar valores morais aos filhos é um desafio comum a todos os pais. Todos os pais que se preocupam com seus filhos, precisam lhes ensinar a ficar firmes em seus valores, convicções e crenças, mesmo diante de influências que não seriam toleradas no lar, mas que são simplesmente parte da vida quando eles frequentam escolas, têm amigos de famílias com uma fé ou padrão moral diferente, etc. Preparar os seus filhos significa, basicamente, ensinar-lhes a agir e se comportar fora do ambiente “seguro” do seu lar ou estrutura familiar, a saber reagir às circunstâncias com convicção moral e lidar com situações quando estão longe dos pais e diante das realidades do mundo. ... As crianças de hoje enfrentam muitas influências, e terão muitas outras no decorrer de suas vidas. Algumas serão positivas, outras negativas, e muitas estarão em algum ponto intermediário. Se adotarem a mentalidade de prepará-los para a vida, será mais fácil aceitarem o fato de que não têm condições de protegê-los do contato com influências negativas, mas podem orientá-los para aprenderem a tomar as decisões certas quando isso acontecer.--Maria Fontaine * “A Palavra de Deus é viva e eficaz.” (Hebreus 4:12) Ela vive em nós, fala conosco e enche nossa vida de luz e entendimento. Quando tomamos a água viva da Palavra de Deus, ela começa a transformar nossos corações, mentes e vidas. Começamos a ver as coisas do ponto de vista de Deus, que geralmente é totalmente diferente da nossa maneira de pensar. Descobrimos coisas sobre nós mesmos e sobre os outros que não conseguiríamos de nenhuma outra forma. Não diríamos a uma criança perdida em uma floresta para “encontrar o caminho”. Nunca pensaríamos em proibir nossos filhos de sair e brincar, de estar ao ar livre e fazer exercícios, de vesti-los ou alimentá-los. Nem deveríamos reter as palavras de vida deles—o poder, a luz e a vida de Deus. Jesus disse, “As palavras que eu vos digo são espírito e vida.” (João 6:63) É através da Palavra de Deus que seus filhos vão aprender o que é certo e o que é errado, e é a Palavra de Deus que lhes dará um alicerce sólido no qual se agarrarem através de todos os testes e provações que enfrentarão. E à medida que crescerem, vão com certeza enfrentar muitos, porque a vida é um campo de provas onde devemos aprender a fazer as escolhas do lado do que é certo e bom, em vez de seguirmos o que é errado e prejudicial. Jovens como são, seus filhos logo se encontrarão engajados nesta batalha espiritual e começarão a fazer escolhas que podem afetar enormemente suas vidas e a vida de outros. Como pai ou mãe, você pode preparar os seus filhos melhor para essas escolhas difíceis dando-lhes Jesus, um alicerce de fé e o conhecimento da Palavra de Deus.--Derek e Michelle Brookes Cortesia de Anchor. Foto de Rick Bolin via Flickr.
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As únicas pessoas que acham as birras de crianças divertidas são os avós, porque é quando eles, finalmente, veem seus filhos crescidos, impotentes diante dos pequenos monstros, pagando pelas birras do passado. Infelizmente, as birras fazem parte da vida de qualquer pessoa com filhos pequenos. Elas geralmente começam antes dos dois anos, quando as crianças as usam como um modo de se comunicar com os outros e para conseguir o que querem, e se tornam mais frequentes em torno dos quatro anos, mas algumas crianças continuam "marrentas" por muitos anos, até mesmo na idade adulta. Que pesadelo! Mas não se preocupe, apesar de serem inevitáveis (até certo ponto), seguindo alguns passos simples, você pode evitar muitas delas e ajudar o seu filho a aprender outros meios de protestar. Este artigo irá ajudar você e o seu filho a atravessar os anos de birra com a sua sanidade intacta. Passos
Cortesia de Wikihow. Foto de Mindaugas Danys/Flickr.
O que é o amor incondicional? Exatamente o que diz a palavra, significa amar alguém sem determinar condições, amar pelo que a pessoa é, e não por suas ações.--Zig Ziglar * Crianças excepcionais são exceções. A maioria das crianças não é deslumbrantemente brilhante, extremamente perspicaz, não possui uma super coordenação motora nem é tremendamente talentosa ou globalmente popular! A maioria das crianças é apenas normal, com uma necessidade tamanho GG de ser amada e aceita exatamente como ela é.--James Dobson * Comparar-se ou ao seu filho sob um ponto de vista analítico ou crítico e desejar que o seu filho fosse assim ou assado, pode roubar-lhe a felicidade, inspiração, submissão, paz de espírito e contentamento, sem mencionar o efeito que tem no seu filho. As crianças lembram-se claramente das coisas e são diretamente afetadas pela atitude e opinião dos pais. Então, se você falar com fé e disser coisas positivas constantemente sobre o seu filho, quer para ele ou para os outros, e se pensar positivamente sobre ele, terá um efeito positivo, bom e edificará a fé dele. Ele se verá mais como você o vê e agirá como você espera que ele aja. Mas se estiver pensando ou falando negativamente sobre o seu filho, quer direta quer indiretamente, vai fazê-lo pensar negativamente sobre si mesmo e atrapalhará a sua felicidade e autoestima, seu desempenho e o conceito que faz de si. Fé gera mais fé; atitudes positivas geram mais atitudes positivas, tanto em você como nas pessoas à sua volta. É preciso ter fé na pessoa para revelar o que ela tem de melhor.--Jesus falando em profecia * Espírito de aprovação significa amar o seu filho mesmo quando ele está de mau humor e arredio. Ele precisa saber que o seu valor independe de beleza, inteligência ou comportamento; que ele é valorizado pelo simples fato de ser uma pessoa, criação de Deus.--Dan Benson * Para construir uma relação de amor e respeito é preciso ter em mente que seus filhos reagem a você de acordo com o que sentem em relação a você. Se são sentimentos de amor e respeito, a reação vai ser de obediência e amor, porque é o que eles querem fazer. ...Não existe união sem respeito.--Zig Ziglar * As crianças florescem com o louvor. É mais importante elogiar a criança pelas coisas que faz bem e por um bom comportamento, do que repreendê-la pelo mau comportamento. Realce sempre o positivo.--David Brandt Berg * Maneiras de demonstrar amor e respeito pelos filhos * Não menospreze os sentimentos das crianças. Responda com amor. * Não dê ordens à criança e espere que ela se apresente de imediato sem sequer uma explicação. Aborde-a com respeito e amor quando precisar de um favor. Seja sensível e tente transmitir doçura e gentileza. * Olhe nos olhos das crianças, desça à altura delas ao conversar com elas. Por exemplo, quando for lhes dizer alguma coisa ou dar uma instrução. * Tome mais tempo para se sintonizar de verdade nas crianças. Mostre que as ideias delas são importantes. Não as descarte de imediato. Se a ideia não fizer sentido, mesmo assim você pode lhes explicar o máximo possível as razões. * Não zombe de uma criança quando ela cometer um erro ou fizer algo meio bobo, pois pode magoá-la muito. Isso não significa que não possa ensiná-la a rir de si mesma quando algo dá errado. Mas ore por discernimento, pois às vezes tudo que a criança precisa é de alguém que a compreenda. * Quando a criança precisar de correção, evite constrangimento para ela, corrigindo-a com o máximo de privacidade que a situação permitir. * Encontre uma maneira de criar uma conexão pessoal com cada filho. * Demonstre às crianças que elas são importantes para você pela maneira como as trata. Dê-lhes a mesma atenção que espera receber delas. * Quando uma criança vier lhe contar algo, pare e escute. Dê-lhe toda a sua atenção e reaja ao que ela disser. Não escute distraidamente enquanto pensa em outra coisa ou continua fazendo as suas tarefas. * Pare e reconheça a presença da criança.--Maria Fontaine * Incentive as qualidades e características singulares de seus filhos: Conheça cada criança individualmente. Você não vai poder ajudar o seu filho a acreditar nos seus dons e talentos a menos que você próprio saiba quais são eles. Duas maneiras de distingui-los: (1) Em conversas particulares com a criança, passando tempo juntos observando e apreciando as coisas; e (2) o casal conversando sobre cada criança, compartilhando suas opiniões, anotando, descobrindo juntos mais sobre a personalidade e o caráter de cada filho. Tenha respeito verdadeiro por cada criança e seus dons. Nossos filhos são seres humanos que merecem não apenas nosso amor, mas também nosso respeito. A partir disso fica mais fácil (1) ter mais fé neles quando erram; (2) falar dos seus próprios erros e contar para eles o que aprendeu por meio deles; (3) elogiar ilimitadamente, com sinceridade, suas realizações, principalmente nas áreas em que se evidencia a sua aptidão; e (4) nunca criticar ou menosprezar a criança. Certifique-se de que ela tem certeza que o seu amor é incondicional. Jamais critique a criança na frente dos outros—elogie em público, corrija em particular. [Ensine] a criança a ser independente, autoconfiante, e responsável desde pequena. A autoconfiança gera um sentimento de alegria, e isso está ligado diretamente à capacidade de fazer coisas úteis. Cada criança deveria ter um servicinho na família, algo que faz para a família—diariamente ou semanalmente—pelo qual ela possa ser elogiada e se sentir muito importante e parte integrante da família. Ajude a criança a perceber seus dons singulares—e que eles são tão bons quanto os de outras pessoas.--Linda e Richard Eyre * Você precisa ser um exemplo do Meu amor para os seus filhos de uma maneira que eles possam entender, assimilar, interiorizar e verdadeiramente sentir esse amor. Se não lhes demonstrar o Meu amor, como eles vão saber que os amo? Você é uma manifestação do Meu amor para os seus filhos. As crianças são frágeis emocionalmente, até mesmo as que não demonstram, e eu quero que você lhes mostre que Eu me preocupo, as amo, quero ficar perto delas e fazer coisas especiais para elas. Uma das maneiras principais de a criança sentir o Meu amor através de você é passando tempo com elas. Eu as amo tanto quanto amo você—mais do que você pode imaginar.--Jesus falando em profecia Anna Perlini Era um dia de verão particularmente quente e úmido. Jeffrey e eu viajávamos havia algumas horas quando sentamos exaustos na abafada sala de espera de uma estação rodoviária no norte da Itália. Ele mal falava comigo. “Será que eu realmente tinha de vir?” —reclamou. Como é que fui ter esta ideia, afinal de contas? —perguntei-me. Arrastar um rapaz de 14 anos para longe de seus amigos para visitar os avós com sua mãe não é bem o que um adolescente considera diversão. Esperaríamos mais uma hora para pegar o ônibus para nosso destino final. Eu não sabia o que era pior: o ar viciado na sala de espera ou a atmosfera pesada entre nós dois. Estava começando a me incomodar. “Quer tomar um sorvete?” —perguntei. Isso geralmente funcionava —ou pelo menos costumava funcionar. Não dessa vez. “Não!” veio a resposta seca. “Não preciso disso.” Meu menino estava crescendo. Minha paciência estava se esgotando. “Bom, vou comprar um para mim”. Quando voltei, ele conversava com um rapaz um ou dois anos mais velho. “Emmanuel é romeno,” —explicou ao nos apresentar— “mas fala bem italiano. Vive em um trailer aqui perto com sua mãe e duas irmãs menores. Ele faz biscates para ajudar a sustentar a família, mas quer conseguir um visto de trabalho para arrumar um emprego estável.” Emmanuel era inteligente, tinha boas maneiras e se mostrava disposto a fazer quase qualquer tipo de trabalho. Continuaram sua conversa animada que minha chegada havia interrompido. Falaram sobre escola, música e sobre a Romênia. Quando Jeffrey contou que fora a um acampamento de verão em Timisoara, Emmanuel ficou radiante. “Eu sou de lá!” —disse. Dava para notar que o rapaz estava feliz por encontrar outro mais ou menos da sua idade com quem conversar e relaxar. Jeffrey também parecia muito interessado na vida daquele jovem e provavelmente ficou surpreso que alguém de sua idade sustentasse a mãe e as irmãs. Quando chegou a hora de tomarmos o ônibus, Jeffrey orou por Emmanuel, sua família, deu-lhe um folheto cristão e algum dinheiro. “Mãe” —sussurrou enquanto nos acomodávamos em nossos assentos no ônibus— “isso foi cem vezes melhor do que sorvete!” Às vezes, quando estamos chateados ou desanimados, tudo que precisamos é dar um pouco de nós, para nos sentirmos melhor. É renovador como um alento de ar fresco. Anna Perlini é cofundadora da organização humanitária Per un Mondo Migliore (http://www.perunmondomigliore.org/), com atuação na região da antiga Iugoslávia, desde 1995. Artigo publicado originalmente na revista Contato. Usado com permissão. Joyce Suttin
Eu tinha oito anos de idade e estava aprendendo a ser diligente com as poucas tarefas que me tinham sido designadas. Crescer em uma fazenda de ovelhas perto de Pleasant Hill, no estado de Nova Iorque, fazia com que sempre tivéssemos muitas responsabilidades para dividirmos entre nós quatro crianças. Como era a caçula, estava acostumada a conseguir o que queria—os trabalhos mais fáceis—mas o meu irmão e irmã mais velhos estavam mais ocupados na fazenda naqueles dias, então mais responsabilidade havia recaído sobre mim. Eu me sentia muito “crescida” sempre que meu pai me pedia para fazer algo novo. Queria mostrar como era responsável. Havia sido uma primavera especialmente fria, e os cordeiros tinham começado a nascer em meio a uma feroz tempestade de neve. Papai reuniu os recém-nascidos e trouxe os mais frágeis para a cozinha, onde dormiam em caixas de papelão ao redor do fogão à lenha. Aconchegados no feno, eles sobreviveram às primeiras noites. Papai acordava cedo para alimentá-los com o leite de suas mães posto em mamadeiras. Eu ajudei prontamente durante os primeiros dias. Eu adorava sentir a primeira lã cinza carvão das ovelhas, macia e quentinha. Adorava os seus berrinhos, e maneira como sugavam a mamadeira em minha mão. Adorava me sentir crescida e útil. Papai estava satisfeito. Ele estava aprendendo a contar com a minha ajuda para alimentar as ovelhas mesmo sem precisar ser lembrada. Ele viu o meu desejo de aprender, e o tomou como um sinal de que eu estava saindo da pequena infáncia. Eu estava me tornando uma criança, ao invés de ser o bebê da família. À medida que os cordeiros ficaram mais fortes e o clima se tornou um pouco mais brando, papai os devolveu um a um ao estábulo, para ficarem com suas mães. Eles estavam todos bem — exceto um. A mãe desse cordeiro havia morrido durante a tempestade, e papai precisava encontrar uma mãe adotiva para ele. Mas antes o cordeiro precisava ser fortalecido. As suas pernas fracas e cambaleantes mal o suportavam. Ele voltava a cair no feno sempre que papai o colocava de pé. Ele precisava de mais tempo na casa, e de ser mais alimentado por mamadeira antes de conseguir suportar a temperatura mais fria do estábulo, ou ser aceito por outra mãe. Papai saiu para trabalhar às 6 da manhã, e deixou instruções para eu alimentar o cordeiro antes de sair para a escola, mas eu tinha ficado acordada até mais tarde na noite anterior, lendo, e mal tive tempo de me vestir e sair correndo para apanhar o ónibus da escola. Foi durante a aula de matemática, às dez da manhã, que me lembrei do cordeiro. Após a escola, corri para casa e encontrei papai varrendo ao redor do fogão à lenha. Ele me olhou e perguntou, “Joyce, você se lembrou de alimentar o cordeiro esta manhã?” Hesitei antes de responder, abaixei a cabeça, e disse, “Não, papai. Sinto muito. Eu me esqueci.” “Bem, querida,” ele disse suavemente, “Eu também sinto muito, mas ele morreu.” Tinha lágrimas nos olhos ao dizer novamente, “Papai, eu sinto tanto!” Ele me segurou pelos ombros gentilmente e disse, “Esse cordeiro se foi, e arrependimento não o trará de volta. Haverão outros cordeiros, outras chances de fazer a coisa certa, mas sabe de uma coisa, sentir muito nem sempre conserta a situação. Quando negligenciamos uma responsabilidade, quando esquecemos de fazer algo importante, às vezes só temos aquela chance. Podemos estar arrependidos, mas isso não trará o cordeiro de volta.” Foi uma lição difícil para uma menina de oito anos, e nunca me esqueci daquele sentimento. Ele me ensinou a ter cuidado com as coisas, que o arrependimento não pode consertar na vida, especialmente as que terão um impacto na felicidade e bem-estar dos outros. Uma palavra dura e desamorosa nunca poderá ser devolvida à sua boca. Um momento egoísta e impensado nunca poderá ser vivenciado de outra forma. Uma palavra gentil que deveria ter sido dita pode ser dita mais tarde, mas nunca naquele momento perfeito, quando deveria ter tido o melhor efeito. Só podemos viver o dia de hoje uma vez, e temos apenas uma chance para fazê-lo da maneira certa. Nunca seremos perfeitos, mas se nos lembrarmos continuamente da nossa responsabilidade em relação aos outros, e tentarmos fazer a coisa amorosa a cada oportunidade, teremos menos ocasiões em que “sentir muito não conserta a situação.” © A Família Internacional Misty Kay Relatório de pesquisa Recentemente, cientistas fizeram uma fascinante descoberta a respeito de um parasita pouco compreendido. O organismo foi denominado nega-bug por causa do efeito negativo que tem no bem-estar mental e emocional da pessoa infectada. Apesar de não poder ser visto a olho nu, a infestação é facilmente identificada pelos sintomas peculiares. O parasita se instala na membrana macia do ouvido interno do hospedeiro. Suas minúsculas asas vibram em uma frequência indetectável pelos humanos, mas que interfere com as ondas cerebrais e deixa a vítima se sentindo confusa e deprimida. De um modo geral, é muito difícil para os infectados distinguirem seus próprios pensamentos dessas vibrações. Se não estiver muito atenta, a pessoa pode ser facilmente levada a crer que esse zumbido é sua própria negatividade. Em casos mais sérios, o nega-bug pode se deslocar até o cérebro de seu hospedeiro e em pouco tempo procriar. Quando isso ocorre, as crias são rapidamente transportadas pelo ar através das palavras negativas do hospedeiro e, dessa forma, contaminam os outros. O nega-bug é uma peste terrível e o tratamento deve começar ao primeiro sinal de contágio. O parasita deve ser desalojado e retirado do ouvido de sua vítima. Em casos típicos, o tratamento pode ser administrado pelo próprio doente. Ele deve inclinar a cabeça na direção do ouvido em que o nega-bug se instalou, pular vigorosa e repetidamente no mesmo lugar, enquanto dá pancadas no lado oposto da cabeça. Se não estiver claro em qual ouvido ele se encontra, o procedimento deve ser realizado em ambos os lados da cabeça. Se houver mais de um nega-bug, talvez seja necessário repetir o processo. Em casos extremos, pegue um travesseiro e bata com ele na cabeça da vítima, no lado oposto ao que o nega-bug se encontra. Se isso também falhar, talvez seja necessário assustá-lo para tirá-lo do seu esconderijo. Jogar água gelada na cabeça do paciente quase sempre produz esse resultado. Para prevenir nova infestação, faça o ex-infectado usar fones de ouvido para que ouça boa música e leituras inspiradoras. Além disso, deve fazer exercícios de positividade. (Aviso: Tratamentos de pancadas com travesseiros e água gelada devem apenas ser ministrados por adultos qualificados. Esses procedimentos não são recomendados para crianças, para evitar ferimentos e danos à propriedade.) Estudo clínico Em um estudo clínico envolvendo as minhas crianças e minha filha adolescente, descobri que o tratamento básico é bastante eficiente para retirá-los de seus acessos de autocomiseração e outras emoções negativas. Certo dia, por exemplo, entrei na cozinha e encontrei minha filha de 13 anos chorando, debruçada sobre uma pia cheia de louça suja. Fui compreensiva e disse: “Sinto muito que você não esteja feliz. Quero que saiba o quanto a amo. Na verdade, eu a amo tanto que tenho de fazer isto.” Revelei então um travesseiro que havia escondido atrás de mim, comecei a agir. Ela riu ao tentar evitar o ataque. Logo após o tratamento, a paciente demonstrou sinais de uma recuperação milagrosa. Ela voltou a lavar a louça, mas, para a minha preocupação, logo teve uma recaída. Era a hora para o segundo passo. Decidi usar a água gelada. Ela percebeu o que estava acontecendo, mas não achou que eu realmente faria aquilo. Depois de uma breve perseguição em volta da casa, eu a encurralei e… splash! Até ela achou engraçado. Após algumas risadas, a louça estava quase lavada. Como sou mãe de uma adolescente emotiva, passei muitas horas argumentando, bajulando, confortando e orando tentando de diversas maneiras de tirá-la de suas crises hormonais de melancolia. Recentemente descobri, porém, que esse tratamento contra o nega-bug é bem mais eficaz e rápido. Uma vez que os alvos dos nega-bugs percebem o perigo, aprendem a reconhecer os riscos de infestação, adotam medidas preventivas e deixam de entreter pensamentos negativos ou destrutivos. É melhor prevenir que remediar. Cuidado com o nega-bug! Publicada originalmente na revista Contato. Foto: David Castillo Dominici / FreeDigitalPhotos.net
Jane Lampman, The Christian Science Monitor O pequeno Davi e seus pais estavam passando por uma época dificílima. Num exame ele fora diagnosticado como hiperativo e também era considerado insolente na escola e em casa. Aquele menininho sardento e ruivo, de sete anos, não conseguia controlar sua ira. Numa semana mais tumultuada a situação chegou a tal ponto que ele passou o fim de semana internado. Seis meses depois, Davi estava muito mais feliz: encontrara uma nova maneira de controlar os seus sentimentos, ele não precisava mais tomar Ritalin nem Prozac, e o relacionamento entre os pais melhorara. Começou a sair-se bem nos estudos. Tanto ele como os pais encontraram uma “terceira maneira” de lidar com a ira. Em vez de negarem-na ou darem vazão a ela, aprenderam a perdoar. E essa saída que encontraram é algo que tem sido muito explorado no mundo inteiro hoje. “O perdão tem um poder extraordinário de cura na vida dos que o utilizam”, afirma Richard Fitzgibbons, o psiquiatra na Filadélfia, EUA, que trabalhou com Davi e que é um dos pioneiros no campo de saúde mental, na utilização do perdão para a cura. O perdão é um assunto em voga em muitos campos atualmente, desde as pesquisas acadêmicas a aconselhamento conjugal e familiar à política e vida dentro da comunidade. “…O perdão está sendo redescoberto como uma capacidade humana com poder para superar a hostilidade”, afirma Lewis Smedes, mestre emérito de teologia e ética no Seminário Teológico Fuller em Pasadena, na Califórnia, EUA, em seu livroDimensions of Forgiveness (As Dimensões do Perdão), 1998). “O perdão é mais do que um valor moral imperativo ou um ditame teológico. Considerando-se nossa condição humana imperfeita, é o único meio de superar-se o ódio, o sentimento de condenação e poder continuar-se evoluindo e amando”, diz Paul Coleman, psicólogo em Wappinger Falls, Nova Iorque. O perdão tem um elemento espiritual, afirma o Dr. Coleman, uma graça divina, por assim dizer, e nesta última década a espiritualidade tornou-se um pouco mais aceita no campo da saúde mental. O Dr. Worthington, autor do livro To Forgive Is Human, (Perdoar é Humano) diz que o ingrediente chave é a empatia. “O grau de empatia da pessoa está diretamente relacionado com o grau de perdão”. Vendo-se o que tem acontecido no mundo, acrescenta ele, o perdão tem o potencial para ser uma influência descomunal no século XXI. Segundo, em breve também as pesquisas revelarão que é muito bom para a saúde não só perdoar um acontecimento ou uma pessoa, mas também ter um caráter perdoador. Perdão - histórias e vídeos grátis para crianças
Image courtesy of David Castillo Dominici/FreeDigitalPhotos.net Quando eu era criança conheci uma família de seis irmãos e irmãs. Fiquei impressionado por eles não darem muita importância em serem parte da “turma que está com tudo” ou em se vestir na última moda; para mim pareciam confiantes e sem medo de falhar. Cada um tinha sua personalidade, mas pareciam possuir uma qualidade em comum, e que passei a admirar grandemente. Tinham uma certa paz, segurança ou naturalidade — resumindo, tinham confiança. Essa confiança não vinha por serem brilhantes, ou possuírem habilidades esportivas ou boa aparência excepcional — na verdade seu desempenho nessas áreas era mediano — então me interessei em saber a origem daquilo. Um dia tive uma oportunidade inesperada para descobrir a verdadeira fonte de sua confiança. A família se mudou para uma casa que ficava a uma quadra da nossa, então, em vez de encontrá-los apenas na escola, passei a vê-los na vizinhança e o segredo foi revelado. No seu lar, a aceitação e confiança eram generosamente partilhados entre pais e filhos, e isso inspirava confiança em cada um deles. Não é de se admirar que um ambiente como esse fomentaria a confiança. É interessante observar que a raiz da palavra confiança é confiar. Para você confidenciar em alguém é preciso ter confiança. Quando duas pessoas confiam uma na outra e se aceitam, o resultado é confiança — confiança na outra pessoa e em si mesmo. - Deepa Daniels O melhor sistema de segurança O que muitas crianças precisam é simplesmente de um firme alicerce de amor e aceitação por parte dos seus pais. Isso age na vida delas como um amortecedor de choques e lhes dá a segurança que ajudará a mantê-las longe de perigo e más influências como drogas, álcool, e até mesmo da dor de ser rejeitado pelos amigos. Nesses momentos, o seu amor e aceitação será para eles uma rede de proteção. Se os jovens souberem que apesar de seus erros ou atos insensatos você não os rejeitará, eles vão procurá-lo, e isso criará o laço que você tanto deseja. Seus filhos precisam saber que, não importa o que façam, você sempre os amará. Precisam saber que podem sempre conversar com você, mesmo que não concorde. Mesmo que não concorde. Mesmo que considere algo que eles fizeram um grande erro, ainda é o pai deles, sempre os amará e podem sempre procurá-lo. Mesmo se a vida virar um inferno, seus filhos saberão que podem sempre contar com o seu amor. – Extraído do livro “Adolesciência”, por Derek e Michelle Brookes - "Esta é a Confiança" extraído do website http://just1thing.com/podcast/2011/6/15/this-is-the-confidence.html
- “Adolesciência” © Aurora productions. Dê responsabilidade ao adolescente. Os jovens precisam de orientação, mas também querem ser independentes e sentir que se confia neles. Dê ao seu adolescente responsabilidades de adulto, e ele vai se esforçar mais para agir com maturidade. Alguém disse acertadamente: “Trate as pessoas como se fossem o que deveriam ser e as estará ajudando a se tornarem o que são capazes de ser”. Seus adolescentes cometerão erros como todo mundo, mas quando virem que isso não diminui a fé e o amor que você tem por eles, continuarão tentando até alcançarem a vitória.
Conquiste a confiança deles sendo um bom confidente. Os adolescentes são sensíveis no que diz respeito às coisas que estão passando. Ninguém gosta de ser alvo de fofocas e mexericos, especialmente na adolescência. Ao confidenciar algo pessoal, o adolescente quer ter a certeza que o assunto será tratado com todo o sigilo possível. O que um adulto considera banal pode ter grande importância para o jovem, e recuperar a confiança de um adolescente que se vê traído pode demorar muito. Ore. Sempre que não tiver certeza do que dizer ou de como reagir quando seu adolescente estiver passando um momento difícil, ore. Faça uma oração silenciosa pedindo ao Senhor entendimento e soluções. Passem tempo juntos. Muitos pais passam bem menos tempo com seus adolescentes do que passavam com eles quando eram menores. Parece natural, já que os jovens precisam de menos supervisão e querem confirmar sua independência, mas de um modo geral, isso é um erro. Os adolescentes precisam de muito apoio, orientação e novos desafios. Necessitam de alguém que seja para eles como um treinador, um mentor e instrutor, e os mais indicados para essa tarefa são os pais. Nenhum outro investimento formará laços mais fortes entre pais e adolescentes nem renderá dividendos maiores. Admita as próprias falhas. Os adolescentes detestam ver dois padrões de comportamento. Admitir os próprios defeitos e pedir desculpas por um erro cometido ou mágoa causada aos adolescentes exige humildade. Entretanto, ser sincero sobre os seus erros e falhas fará com que seja mais fácil os seus adolescentes também serem francos e abertos em relação aos deles. Isso ajudará tanto os pais quanto os jovens a colocarem seus problemas na perspectiva correta. Tenha senso de humor. Existe a hora de ser sério e pensar nas metas em longo prazo, mas também o momento de relaxar. Os adolescentes admiram adultos capazes de se divertirem e desfrutarem a vida. Simplesmente certifique-se que seu humor é de bom gosto e não às custas de ninguém, porque os jovens copiam os adultos pelos quais têm admiração. Expresse o seu amor. Os adolescentes podem não gostar de ser beijados e apertados como quando eram crianças, mas a necessidade de amor é sempre presente. Tente não deixar passar um dia sem manifestar em palavras e ações o amor que tem pelo seu adolescente. Escute. Todo adolescente precisa de um confidente, aquele amigo do peito a quem possa confiar seus segredos mais íntimos. São tantas as emoções na juventude que às vezes é bastante confuso, mas muitas vezes o adolescente tem medo de falar e ser mal interpretado, ridicularizado ou até considerado ingênuo. Escute o que os jovens têm a dizer. Eles precisam saber que alguém os entende, mas evite reações tipo “quando eu tinha a sua idade”, detestadas pela maioria deles. Um erro muito comum é não escutar o bastante e chegar às conclusões erradas. Em vez de querer fazê-los “entender”, ajude-os a chegar às conclusões certas por eles mesmos, à medida que tentam expressar o que sentem. Seja amigo dos amigos. Demonstre interesse genuíno e ressalte as características positivas dos amigos do adolescente e provavelmente será considerado a mãe ou o pai mais maneiro do pedaço. E não se surpreenda se sua casa virar o point da galera. Pode ser que o nível de ruído e a conta de supermercado aumentem, mas saber onde eles estão e o que estão fazendo vale a pena. Perdoe e esqueça. É inevitável: os adolescentes cometerão erros pelos quais precisarão pedir e receber perdão. Eles, como nós, muitas vezes não confessam seus erros e falhas porque acham que serão rotulados para sempre. Eles precisam confiar no seu amor e saber que perdoará prontamente, esquecerá e começará de novo. Tenha convicção. Se você não for cuidadoso, o orgulho paterno ou materno, laços emocionais e o desejo instintivo de proteger seu filho podem levá-lo a ceder, amolecer, voltar atrás ou correr para resgatar na hora errada. Você pode até se sentir culpado pelos sentimentos de ira, frustração e rebelião de seus adolescentes, mas é sempre bom lembrar que eles estão aprendendo a discernir as coisas e, quer demonstrem quer não, vão seguir você. Se você não tiver coragem de fazer o que é certo, apesar de algumas conseqüências desagradáveis, eles provavelmente também não terão. Às vezes, o “amor que exige” é a melhor forma de amor. Os adolescentes são muito idealistas e o respeitarão mais se você defender o que acredita do que se for tolerante demais, mesmo que custe a eles ou não concordem com seu ponto de vista. Seja autêntico. Os adolescentes podem detectar falsidade a quilômetros! Mesmo se estiver sinceramente tentando se identificar com eles, se for uma coisa forçada, eles não o levarão a sério. O segredo é ser natural. Eles não querem paternalismo nem ser induzidos com agrados, mas buscam amigos, pessoas com as quais possam contar e com quem se sintam seguros. Se os aceitar como são, eles se sentirão bem na sua presença e o aceitarão como é. Esteja disposto a mudar. Talvez você precise mudar alguns hábitos ou a maneira como reage às coisas. Por que não aproveitar esta oportunidade para sair da rotina ou efetuar mudanças em aspectos cuja necessidade é notória já faz algum tempo? Muitas vezes, é mais fácil mudar por amor a alguém do que só por causa de si mesmo. Que melhor razão você teria para se tornar uma pessoa melhor? Aproveite! Mostre-lhes Jesus. A adolescência é uma época de turbulências. É como estar perdido em alto-mar no meio de uma tempestade num barquinho. Seja um farol e mostre para seus adolescentes onde está o porto seguro — Jesus. Por mais que você os ame, Ele é o único capaz de esclarecer seus questionamentos mais profundos e atender às maiores necessidades dos seus espíritos. Você não é o Salvador de seus filhos, Jesus é. Não pode estar com eles em cada instante nem resgatá-los de tudo, mas é possível lhes mostrar Aquele que pode. Laila Enarson Eu morava em Gâmbia, no oeste da Àfrica, quando fui com meu filho Chris, na época com cinco anos, em uma viagem a uma vila chamada Sintet, onde nosso grupo de voluntários da Família Internacional ajudava na construção de uma escola. As façanhas contadas pelos meus colegas que voltavam de lá sempre me fascinavam. Por isso, quando ouvi que uma equipe faria uma viagem de um dia e meio ao vilarejo, aproveitei a chance. Durante boa parte da viagem, tudo que ouvi foi a voz do meu filho cheia de entusiasmo: “O que é aquilo? Mamãe, olhe! Pode tirar uma foto de mim em cima daquele cupinzeiro?” A estação das chuvas estava começando a transformar a savana da África Ocidental numa linda paisagem verde. A região é de uma beleza encantadora, combinando colinas, arrozais, coqueiros e lagos. Vê-se os agricultores trabalhando a terra com tranquilidade. Ao longo do caminho, desfrutamos os deliciosos pratos típicos da região, exploramos um pântano cheio de enormes cupinzeiros e baobás gigantescos com troncos às vezes mais grossos que nosso carro. Quando tomamos a estrada de chão ladeada de cajueiros que dá acesso a Sintet, vimos uma multidão reunida na escola. Dois dos nossos voluntários, Joe e Richard, haviam chegado antes de nós e já estavam trabalhando, orientando os demais. As crianças da vila cercaram nosso jipe com seus lindos sorrisos. Mal Chris desceu do carro e elas o cercaram e foram lhe mostrar tudo. As outras crianças brincavam com carrinhos feitos de garrafas plásticas, solas de borracha de chinelos quebrados e pauzinhos. Com a ajuda delas, Chris logo arrumou um para si, o qual empurrava por sobre os formigueiros e poças de lama, enquanto um grupo de meninos corria atrás dele. Sem eletricidade, os moradores se recolhem assim que escurece. E foi o que fizemos, em nossa pequena barraca, sob o céu estrelado. Nosso segundo dia em Sintet foi igualmente divertido. Preparei o material para a aula que ia ministrar às crianças da vila e meu pai me ajudou a encontrar um lugar calmo e quieto em frente a um baobá. Cantamos umas canções e lhes contei a história da Criação usando um flanelógrafo (algo que para aquelas crianças é um recurso de alta-tecnologia). Depois, repassamos algumas coisas básicas que elas têm aprendido na escola. Chris fez um excelente trabalho como assistente. Depois, as crianças nos levaram para os campos, onde nos mostraram vários macacos grandes brincando e uma cobra enorme pendurada bem alto no galho de uma árvore. Elas também nos serviram uma fruta vermelha e amarela em formato de lua que nunca havíamos visto, chamada tao. Para “colher” a fruta, as crianças subiram num pé de tao enorme e ficaram se balançando nos galhos mais altos. Logo antes de começarem a se balançar, um garoto que tinha ficado no chão me deu um tapinha nas costas e advertiu: “É bom sairmos daqui, senão as frutas vão cair em cima de nós!” Dito e feito. Começou a chover fruta por todos os cantos. Algumas crianças ficaram comigo e Chris até o final de nossa visita. Muitas, no início, pareciam bem endurecidas, por causa das dificuldades que enfrentam todos os dias. Conforme fizemos amizade, vimos que por trás da dureza externa, havia corações ternos, que, como esponjas, só esperavam para ser embebidos de amor. Chris e eu lhes demos tanta atenção quanto podíamos. Algumas até começaram a me chamar de “mãe”, uma demonstração muito especial do quanto significa para elas o amor e a atenção que estavam recebendo. Para mim, foi tão gratificante quanto ver o progresso na construção da escola. O tempo voou e logo estávamos em casa de novo. Minha visita a Sintet foi uma experiência cultural extraordinária e inédita para mim. Mas dividi-la com meu filho a tornou ainda mais especial. Aprendemos muito juntos e vivemos o que muita gente só conhece pelos livros ou TV. Obviamente, não é preciso visitar uma vila na savana africana para ter uma experiência cultural autêntica ou para ajudar os necessitados. Oportunidades assim estão em toda parte! A maioria das cidades modernas é um cadinho de raças, cada uma com algo especial para oferecer. Para fazer amigos, basta apenas um pouco de iniciativa. Adicione um pouco de amor e interesse sincero pelas pessoas, e estará de fato unindo o seu mundo ao de outros. Extraído da revista Contato. Usado com permissão. 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